BI302 - O Instalador
72 RENOVÁVEIS | EÓLICA dução de energia com tecnologias de baixa emissão de Gases de Efeito de Estufa (GEEs). O potencial de instala- ção da tecnologia onshore (em terra) em Portugal aumenta devido às gran- des áreas rurais em sobrelevação, que reduz a turbulência que seria causado pela rugosidade do terreno e/ou obs- táculos como, por exemplo, prédios ou árvores. Portugal dispõe ainda de uma grande áreamarítima para a instalação da tecnologia offshore (no mar), como por exemplo a plataforma Windfloat Atlantic, instalada ao largo de Viana do Castelo, e que é a primeira e única do género em Portugal. A complementaridade da energia eólica comoutras fontes de energia será uma boa solução para rentabilizar as infraes- truturas existentes, em particular pela integração de painéis fotovoltaicos nos parques eólicos, visando aproveitar os períodos do dia em que a velocidade do vento é mais reduzida, e vice-versa. Esta sinergia visa garantir o alinhamento da perspetiva da capacidade renovável instalada com a perspetiva da produ- ção de eletricidade em 2030. A título de curiosidade, Portugal beneficia ainda de ótimas condições meteorológicas para a instalação de turbinas, dado a velocidade média do vento variar desde os 8 km/h no inverno aos 16 km/h no verão [1] . A esse facto se deve a constatação, nos primeiros nove meses de 2021, de a energia eólica se ter destacado como a segunda fonte de energia renovável que mais abas- teceu o consumo (24% num total de 61%) de energia elétrica em Portugal (depois da hídrica). Vários estudosmostramque, atualmente, as turbinas eólicas são85-90%recicláveis. Com um tempo de vida útil a rondar os 20-25 anos, após os quais o desco- missionamento é, portanto, esperado, garantir a reciclagem a 100% no final da vida útil é de interesse económico e ambiental e está de acordo com os princípios da transição para uma econo- mia circular. Anteriormente, osmateriais compósitos termoendurecíveis para o fabrico das pás destacavam-se como os mais difíceis de reciclar, representando uma fração relativamente grande de materiais não recicláveis de uma tur- bina. Este facto despertou uma grande ambição por parte dos grandes pla- yers deste setor de, até 2040, atingir compromissos ambientais tais como: • Alcançar a neutralidade carbónica nas operações até 2030 sem recurso compensações de carbono; • Reduzir as emissões de CO 2 nas cadeias de abastecimento; • Produzir turbinas eólicas semresíduos até 2040 - 'Zero-waste turbine'. Gráfico comparativo da evolução e perspetivas de evolução da capacidade renovável instalada para a produção de eletricidade – PNEC 2030. [1] - MeteoCercal - Cercal CDV - Wind Season Summary. (2021). Retrieved 11 October 2021, from https://www.meteocercal.info/wxwindseason.php Recentemente, a fabricante dina- marquesa das turbinas eólicas Vestas anunciou que, emparceria com líderes da indústria e académicos, constatou como reciclar totalmente as pás das turbinas eólicas, dividindo e reciclando fibra e epóxi em separado. Esses mate- riais podem ser reutilizados em novas pás. O ciclo é ilustrado na figura acima. Estes avanços na reciclagemde turbinas eólicas são cruciais para umcrescimento sustentado e sustentável desta tecno- logia, para a economia circular e para ajudar a reverter o mais rapidamente possível a situação de calamidade cli- mática que enfrentamos. n Projeto CETEC. Fonte: Vestas.
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