65 RENOVÁVEIS das exportações nacionais e 4% do emprego. É, então, um setor económico de extrema de relevância e que precisa de um compromisso estratégico que promova a sustentabilidade dos oceanos, ao mesmo tempo que assuma as suas vantagens competitivas da sua localização, das suas competências tecnológicas e sua tradição marítima. Neste contexto, um dos campos que precisa de uma estratégia bem definida é o aproveitamento da energia renovável offshore, por forma a promover a integração da economia azul e verde, contribuindo para a descarbonização em paralelo com a criação de valor e crescimento tecnológico e económico, minimizando barreiras administrativas e fiscais, investindo nas qualificações de recursos humanos e integrando as estratégicas do mar, clima e energia. Ao nível da energia das ondas e marés, Portugal tem sido palco de projetos de exploração de energia marinhas, mas todos projetos em fase de demonstração e experimentais. A primeira central em Portugal foi instalada em 1999 em Porto Cachorro, ilha do Pico, Açores. Tratou-se de uma central experimental de conceção inteiramente portuguesa para aproveitamento da energia das ondas, primeira no mundo à escala real ligada à rede de distribuição de eletricidade. Colocada sobre a costa, com potência de aproximadamente 400 kW, esteve em funcionamento com operação autónoma sobretudo em 2010, tendo tido o seu fim por razões de segurança da estrutura em 2018. Ao largo da Aguçadoura, Póvoa de Varzim, existiram dois projetos. O primeiro, um protótipo de nome Archimedes Wave Swing, com uma potência instalada de 2 MW, foi instalado em 2004 e esteve em funcionamento durante um ano. Mais tarde, em 2008, aproveitando o mesmo ponto de ligação à rede elétrica, foi instalado um projeto também pioneiro, assente numa nova tecnologia - Pelamis, numa escala pré-comercial com 2,25 MW, que esteve em funcionamento apenas três meses devido a problemas técnicos. Em 2012 entrou em funcionamento, perto da costa de Peniche, um dispositivo de tecnologia denominada WaveRoller. Esta central tinha 100 kW de potência e ligação e esteve em operação até 2014. Qualquer um destes projetos, apesar dos importantes desenvolvimentos tecnológicos que permitiram aprofundar o conhecimento, demonstraram resultados de desempenho abaixo das expectativas, continuando a necessitar de maior investimento ao nível da investigação e desenvolvimento. Também ao nível da eólica offshore, Portugal foi pioneiro com o projeto Portugal apresenta uma localização invejável com uma linha de costa de cerca de 2500 km e uma das maiores zonas económicas exclusivas do mundo com o 1,7 milhões de km2. Estamos, assim, numa posição privilegiada, mas de grande responsabilidade no nosso papel de integração da economia azul na transição energética
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