15 REPORTAGEM O Seminário contou com vários painéis de discussão. Sandro Pereira, da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), abordou o tema das ‘Estratégias para a descarbonização’ onde começou por dar nota da evolução do consumo total de energia primária em Portugal. Relembrou que o ano de 2020 foi fortemente influenciado pela pandemia de Covid19, tendo o consumo energético sido também afetado. “O consumo total de energia primária, em 2020, foi cerca de 20.814 Ktep (-7,4% face a 2019). Dados provisórios relativos a 2021 revelam um valor de consumo de energia primária similar ao observado para 2020”, disse. O contributo e a aposta nas renováveis e na eficiência energética tem permitido a Portugal baixar a sua dependência energética para níveis inferiores a 80%. Em 2021, a dependência energética terá diminuído para cerca de 67,1%. Todavia, o petróleo e os produtos de petróleo continuam a ser a principal fonte de energia primária, representando cerca de 41% do consumo total de energia primária. Sandro Pereira referiu que a pandemia afetou tambémo consumo de energia final, o que se refletiu em 2020, numa diminuição do consumo no setor dos transportes, serviços e indústria. “Em 2021, o consumo energético desses setores subiu em relação ao ano anterior. Outro dado é que o petróleo e os produtos de petróleo, seguido da eletricidade, têm sido as principais fontes de energia no consumo final”, vincou. Por setor, o responsável da DGEG afirmou que os transportes continuam a ser um dos principais consumidores de energia (34%), sendo o gasóleo o principal combustível consumido neste setor. Entre outras medidas que estão a ser implementadas (como o PNEC 2030, a Estratégia Nacional para o Hidrogénio, a Estratégia de Longo Prazo de Renovação dos Edifícios, o ‘Fit for 55’ ou o ‘REPowerEU’), a política energética nacional pretende, entre outros objetivos: "descarbonizar a economia nacional, dar prioridade à eficiência energética, reforçar a aposta nas renováveis e reduzir a dependência energética do País, garantir a segurança do abastecimento e promover a mobilidade sustentável”. Jaap Hogeling, especialista em energia e edifícios, abordou a temática da revisão da Diretiva Desempenho Energético dos Edifícios (EPBD), o Green Deal e o pacote ‘Fit for 55’. HIDROGÉNIO E A DESCARBONIZAÇÃO Bruno Santos abordou a agenda da REN na estratégia de gases renováveis. Recordou que a REN “está a afastar o gás natural da equação atual”, sendo que para isso, “é preciso ter alternativas, que não são totalmente elétricas e, no dia-a-dia, temos que assegurar a penetração de gases renováveis a par de outras energias, com o objetivo de descarbonizar os sistemas energéticos, até porque se descarbonizarmos totalmente o setor elétrico, só vamos resolver 25% do problema”. O responsável salientou que, neste sentido, a REN está a trabalhar num plano pioneiro que visa a descarbonização das infraestruturas, para garantir o cumprimento das metas, nomeadamente, a incorporação de 10 a 15% em contexto de blending nas infraestruturas de gás natural, ou seja, a mistura Luís Neto, Presidente da EFRIARC, na sessão de abertura, onde agradeceu ao todos os que tornaram possível mais um Seminário de Outono. Bruno Santos fez uma comunicação sobre a agenda da REN na estratégia de gases renováveis.
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