BI315 - O Instalador

OPINIÃO 70 * Especialista Sénior em Sustentabilidade (Gestão de Resíduos e Ambiente) Doutoranda emEngenharia do Ambiente no IST (investigadora na área do amianto) Fundadora e Presidente da SOS AMIANTO - Associação Portuguesa de Proteção Contra o Amianto Autora do livro "Não Há Planeta B: Dicas e Truques para umAmbiente Sustentável" Conselheira do CES - Conselho Económico e Social, pela CPADA, em representação das Associações Nacionais de Defesa do Ambiente quias, empresas e governo. É neste momento que nos devemos todos questionar: Porque continuamos a regar jardins ou espaços verdes com água potável? Porque continuamos a regar estes espaços em plena hora de calor? Porque limitamos o uso de água reciclável na rega destas zonas? Porque não adotamos sistemas inteligentes que adotam a rega às necessidades (temperatura, evapotranspiração, humidade)? Porque regamos os espaços verdes e tudo o que os rodeia, numa total falta de eficiência? Porque queremos ter carros impecavelmente brilhantes em tempo de seca? Porque não implementar uma rede de monitorização eficaz, e a alocação de meios financeiros para a sua manutenção, como uma das prioridades para gerir este recurso? Sabemos que os impactes da seca são graves e identificáveis, que afetam, não só as necessidades básicas à vida, como sãocríticas paraaagricultura, provocando quebras deprodutividade oudanos relevantes para a indústria, nummomento emque a Europa enfrenta um conflito armado semfimà vista e oMundo se vê a braços comuma recessão crescente, numa trilogia comefeitos que poderão levar aumcenáriocatastróficoparaavida. Há quem procure as soluções através de tecnologia de dessalinização, por diversosmétodos emeios, acelerando a pesquisa e investigação nesta área, para que ninguém fique sem água. Mais desenvolvidas, menos desenvolvidas, mais dispendiosas, menos dispendiosas, mais rápidas ou mais demoradas, o que é certo é que, atualmente, não são a resposta eficaz, e adequada com os requisitos sanitários e de saúde, para produzir água doce potável para toda a humanidade. A chave está na gestão do recurso, no planeamento do uso e consumo. Mas como o consumo não tem sido eficiente, e continua a não ser, será provável que a situação de seca extrema, que tem sido cada vez mais frequente, volte em breve. É preciso colocar a “Água” no centro dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (Objetivo 6), que reforça a importância, o direito e a necessidade de garantir o acesso universal e equitativo à água potável e ao saneamento até 2030. n

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