OPINIÃO 56 Stress hídrico Nuno José Ribeiro, Advogado e Pós-graduado em Direito de Energia Antecipa-se que o Sul e o Centro da Europa irão tornarser gradualmente mais secos e quentes, o que por sua vez terá impacto sobre todas as actividades humanas e em especial sobre a quantidade de água potável disponível seja para consumo humano, seja para outras actividades. A solução passará pela conjugação da redução com consumo com a melhor gestão da oferta de água. Stress hídrico é um fenómeno que consiste na procura de água potável ser maior do que a oferta disponível. Em termos mesuráveis considera-se que se está nessa situação quando o ratio população/água potável é inferior a 1000 m3 por pessoa. Este fenómeno ganha maior importância e visibilidade no Verão, época em agora entramos, e é relevante sob todas as perspetivas. Para se ter uma noção abreviada da dimensão do problema basta referir um número apenas: 45 mil milhões de euros por ano são os custos possíveis do stress hídrico na Europa se o aquecimento global chegar aos três graus Celsius. Esta informação resulta de um estudo divulgado em Junho de 2023 pela Agência Europeia do Ambiente e no qual são articulados os seguintes vectores: variação da temperatura, impacto nas actividades humanas e “custo” final da interacção entre uns e outros. Antecipa-se que o Sul e o Centro da Europa irão tornar-ser gradualmente mais secos e quentes, o que por sua vez terá impacto sobre todas as actividades humanas e em especial sobre a quantidade de água potável disponível, seja para consumo humano seja para outras actividades. Como é evidente o principal efeito será nas actividades cuja laboração tem intrínseca a utilização de água, como a agricultura. As perdas directas no sector primário, até final do século XXI, poderão passar dos nove mil milhões de euros anuais no presente momento para 25 mil milhões de euros por ano se a temperatura aumentar globalmente em 1,5 graus Celsius (°C).
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