68 DOSSIER AUTOCONSUMO A importância de digitalizar e flexibilizar a rede de energia As vantagens das novas dinâmicas associadas à flexibilidade do lado da procura podem acelerar a transição energética, com abordagens inovadoras que visam a criação de novos mercados energéticos, mas também com múltiplos agentes e valorização de ativos existentes. Basílio Simões, Vice-chairman e cofundador da Cleanwatts Transformação digital e sistema energético são indissociáveis. No plano europeu, falamos mesmo numa prioridade política, que está associada ao Pacto Ecológico Europeu e ao Programa Político para a Década Digital 2030. Tudo para tornar a transição energética uma realidade, de forma a atingirmos as metas a que nos propomos, mas que teimam em parecer longínquas ou até inalcançáveis. Várias medidas estão em perspectiva: instalação de painéis solares fotovoltaicos em todos os telhados de edifícios comerciais e públicos até 2027 e em todos os novos edifícios residenciais até 2029, implantação de 10 milhões de bombas de calor nos próximos cinco anos e substituição de 30 milhões de automóveis movidos a combustíveis fósseis na estrada por veículos com emissões nulas até 2030. Para cumprimos as metas, o sistema energético tem de se adaptar, isto é, temde se digitalizar para se tornar mais inteligente e interativo. A Comissão Europeia é clara ao apontar o caminho, com a necessidade de existir investimento em tecnologia, como dispositivos e medidores inteligentes, conectividade 5G e 6G ou um espaço pan-europeu de dados energéticos alimentado por servidores de computação em nuvem. De facto, a tecnologia tem inúmeras potencialidades, desde logo para monitorizar e otimizar os consumos em tempo real. Em termos práticos, pode ajudar a regular temperaturas em espaços interiores ou carregar veículos elétricos para aproveitar períodos do dia em que os preços da energia são mais baixos. Com redes elétricas inteligentes, cada equipamento – um ativo energético de produção, armazenamento ou con-
RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx