BI319 - O Instalador

69 DOSSIER AUTOCONSUMO sumo – poderá, de forma agregada, “negociar” com a rede a energia de que pode dispor e em que condições. Por exemplo, há que perceber qual o momento ideal para o funcionamento de uma bomba de calor ou para o carregamento de um veículo elétrico. É aqui que entra a questão da flexibilidade. Oumelhor, o chamadomercado de flexibilidade. A Comissão Europeia tem procurado promover a existência de um quadro regulatório e diversos países estão a desenvolver os mesmos, sendo que Portugal apresenta um elevado potencial, existindo já umprojeto-piloto promovido pela E-REDES com um parceiro internacional. Há, pois, que analisar os benefícios e promover novas dinâmicas de mercado, nomeadamente mercados locais de energia com a participação de múltiplos agentes, incluindo o consumidor final – uma forma de democratizar o sistema energético e – por que não? – criar uma espécie de cidadania energética. Mas o que proporciona a flexibilidade? Quando a rede necessita de auxílio local, caso sejam verificados congestionamentos ou existindo a necessidade de estabilização de perturbações causadas pela variabilidade das fontes renováveis, pode ser solicitado o apoio de um agente de mercado, com capacidade de atuar nos equipamentos flexíveis de que dispõe. Se tomarmos como exemplo as Comunidades de Energia Renovável (CER), compostas por diversos membros que se juntam para produzir, consumir e até comercializar energia, o que pode acontecer é esta CER passar a ser um agente ativo do sistema elétrico, ao disponibilizar ao serviço da rede os seus ativos energéticos mediante um conjunto de preferências ou restrições de uso. Não há dúvidas de que as vantagens das novas dinâmicas associadas à flexibilidade do lado da procura podem acelerar a transição energética, com abordagens inovadoras que visam a criação de novos mercados energé-

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