78 DOSSIER AUTOCONSUMO aos restantes equipamentos, como módulos e inversores fotovoltaicos, incrementando o custo de produção de energia (LCOE) e o período de retorno do projeto, reduzindo a sua TIR. Deve ser notado que a expectativa de que adicional inovação tecnológica resulte num decréscimo de custos não é totalmente evidente. De acordo com a Agência Internacional da Energia (IEA), apesar de redução significativa de custos na última década para as baterias de iões de lítio, a tecnologia predominante no mercado de momento, a redução adicional de custos encontra-se maioritariamente dependente duma redução nos preços dos minérios que servem de matéria-prima, como o lítio, níquel e o cobalto, frequentemente provenientes de regiões do mundo sujeitas a instabilidade política e disrupções nas cadeias de abastecimento. Sendo os desenvolvimentos a nível de tecnologia de baterias relativamente imprevisíveis, amaioria da energia excedente terá que ser injetada na RESP. Este será mais um dos motivos pelos quais se torna imperativo aumentar a capacidade da RESP, sendo que este aumento depende de um investimento adicional por parte do operador da rede de transporte (ORT) e do operador da rede de distribuição (ORD). Adicionalmente, a gestão da RESP deve ser ainda adaptada de modo a permitir maior flexibilidade e ajustamento entre necessidade e disponibilidades, alinhando produtores e consumidores. Em paralelo às adaptações acima assinaladas, seria de enorme utilidade o fornecimento de informação atualizada por parte dos operadores de rede (ORT e ORD), nas respetivas plataformas de consulta, acerca da disponibilidade das subestações e das próprias linhas elétricas para a receção de energia excedente, permitindo obter ainda na fase de projeto da UPAC uma perspetiva realista do excedente admissível a considerar. A produção descentralizada de energia é essencial ao bom desenvolvimento do sistema elétrico, traz enormes vantagens e é incompreensível que Portugal seja um dos países europeus commenor taxa de implementação destes sistemas por habitante. Mas temos de ser claros e transparentes, quer ao nível da legislação e regulação, quer na disponibilização de informação relativa à capacidade da rede, se queremos que os sistemas de autoconsumo contribuam como devem, e podem, para as metas assumidas por Portugal neste esforço de transição energética. n
RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx