BI321 - O Instalador

55 DOSSIER MOBILIDADE ELÉTRICA Embora a China seja o maior mercado de VE em termos absolutos, a Europa está na 2ª posição, dominando outras métricas, especialmente através do contributo dos países nórdicos. O país referência a nível mundial é a Noruega em que os VEs alcançaram um market share de 79%4 em 2022, sendo o Tesla Model Y o veículo mais vendido na história do país, superando o Volkswagen Beetle de 1969 em vendas anuais5. Na União Europeia, 75% das vendas de VE estão concentradas em quatro países com PIB per capita acima de 45 mil euros (Suécia, Dinamarca, Finlândia e Países Baixos). Os restantes 25% estão distribuídos pelos outros 23 Estados Membros6. O relatório da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis demonstra que, no continente europeu, a adoção de VE está diretamente ligada ao PIB per capita, apontando a acessibilidade económica como problema-chave. E os consumidores parecem concordar: 50% apontam o custo total de propriedade como uma das principais apreensões para adquirir um VE7. Na Noruega, tal como na China, a mudança não aconteceu “da noite para o dia”. As políticas favoráveis à ME foram gradualmente introduzidas desde a década de 90, mantidas por um longo período, e aceleradas nos últimos anos. Estas vão desde isenções fiscais a outros incentivos de uso. Embora o IVA dos veículos em geral seja 25%, os elétricos são isentos de IVA. Relativamente a benefícios de uso, as estradas e o estacionamento são gratuitos para VE. Em 2017, o Parlamento norueguês anunciou o objetivo mais ambicioso no mundo a nível da ME ao estabelecer como objetivo para 2025 que todos os carros novos vendidos sejam de emissão zero, indo além do objetivo europeu. As infraestruturas públicas e privadas de carregamento têm-se demonstrado como fator crucial para impulsionar a adoção de VE, sendo a principal preocupação do consumidor8. Para além da falta de infraestruturas, outra inquietação prende-se com a sua autonomia e capacidade de satisfazer as necessidades do utilizador. De acordo com o estudo da EY9, 33% dos compradores de novos automóveis apontam a distância que um VE pode percorrer com a bateria totalmente carregada como a segunda maior preocupação, equiparada com a falta de carregadores (34%). Na Noruega, a instalação de carregadores foi também priorizada e alavancada monetariamente desde cedo. A presença de dezenas de empresas dedicadas à instalação e operação de pontos de carregamento é uma demonstração contundente de que a concorrência fomenta a inovação e agilização10. Na Holanda, evidenciam-se também boas práticas no âmbito da infraestrutura, com 29% dos pontos de carregamento a nível europeu, apesar de ser um país geograficamente pequeno relativamente aos países acima mencionados, ganhando o

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