BI321 - O Instalador

OPINIÃO | ENERGIA 68 A estes efeitos junta-se ainda a problemática do carbono. “Ao impactar em processos naturais que armazenam carbono, a mineração em águas profundas pode até piorar a mudança climática ao liberar carbono armazenado em sedimentos do fundo do mar ou ao interromper os processos que ajudam a 'coletar' o carbono e entregá-lo a esses sedimentos. Sabe-se que os sedimentos do mar profundo são um importante reservatório, a longo prazo, de 'carbono azul', o carbono que é naturalmente absorvido pela vida marinha, uma proporção da qual é transportada para o fundo do mar à medida que essas criaturas morrem. Vozes do setor pesqueiro também estão se unindo a grupos ambientais para alertar sobre os riscos severos para a pesca, amplificando os pedidos por uma moratória na mineração em águas profundas”, relata o estudo do Greenpeace e que pode ser consultado em: https://www.greenpeace. org/international/publication/22578/ deep-sea-mining-in-deep-water/. Há três tipos de mineração em profundidade 1. Mineração de nódulos polimetálicos: os nódulos polimetálicos são encontrados na superfície do mar profundo e são ricos em cobre, cobalto, níquel e manganês. Esses nódulos foram identificados como potencialmente de alto valor económico, portanto, foram direcionados para mineração futura. No entanto, pouco se sabe sobre a fauna associada aos nódulos. 2. Mineração de sulfato polimetálico: os depósitos de sulfato polimetálico são encontrados no fundo do mar a profundidades de 500 a 5 mil metros e são formados nos limites das placas tectónicas e nas províncias vulcânicas. A água do mar passa por rachas e fissuras do leito oceânico, é aquecida e depois dissolve os metais das rochas circundantes. Este fluido quente mistura-se com a água fria do mar, resultando na precipitação de minerais de sulfato de metal que se depositam no fundo do mar. Isso cria uma área rica em zinco, chumbo e cobre. 3. Mineração de crostas de ferro manganês: as crostas de ferro manganês são ricas em metais como cobalto, manganês e níquel. Essas crostas são formadas nas superfícies das rochas no fundo do mar, presentes na encosta de montanhas subaquáticas a profundidades de 800 a 2500 metros. Outro factor de controvérsia é o facto de que, dentro da sua zona marítima exclusiva, cada Estado soberano pode decidir o que quiser sobre este tema. Já no alto mar temos a chamada “terra de ninguém” porque em 1982, a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS) relatou que a área do fundo do mar e os recursos minerais que não estão na jurisdição nacional de nenhum país são o “património comum da humanidade”. Isso

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