BI324 - O Instalador

14 DOSSIER AVAC AVAC: o que esperar de 2024 O papel do setor AVAC na descarbonização da economia, os desafios impostos pela regulação, com a diretiva F-gas e o imperativo de apostar na formação. Alguns dos temas abordados na conversa que O Instalador teve com Cláudia Casaca, presidente da EFRIARC. Alexandra Costa COMO VÊ O MERCADO NACIONAL DE AVAC? A indústria de AVAC&R está em constante desenvolvimento, mas as recentes decisões da UE quanto à descarbonização da economia vieram trazer um enorme impulso tecnológico e económico a este setor que nos vai obrigar a estar em permanente atualização, por forma a estarmos preparados para o que aí vem, que não vai ser pouco. Por via do Objetivo 55, Portugal tem de atualizar as sua Metas, nomeadamente o Plano Nacional de Energia e Clima, havendo a necessidade de rever as metas a alcançar no que respeita às emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE) dos edifícios. Adicionalmente, o Roteiro para a Neutralidade Carbónica irá, com certeza, ser adaptado ao Objetivo 55. Neste sentido a descarbonização da economia vai implicar a sua eletrificação, o que, na nossa indústria significa a substituição de caldeiras de água quente e vapor de água por bombas de calor de média, alta e muito alta temperatura, já com os fluidos frigorigéneos cumprindo com as metas da F-gas. Se esta substituição pode ser considerada como sendo algo facilitada para o mercado doméstico, nos mercados industrial, hoteleiro, da saúde, entre outros, a sua implementação vai exigir a elaboração de estudos do custo do ciclo de vida das instalações, que demonstrem aos donos de obra que o investimento será viável. Aliado a isso também se tem a legislação F-gas que está cada vez mais limitativa na utilização de gases fluorados, com determinado Potencial de Aquecimento Global. O que a utilização dos fluidos sintéticos está a ser cada vez mais restritiva, e como solução tem surgido a utilização dos fluidos naturais, tais como o CO2, amoníaco e o propano. Com a transição para novos fluidos frigorigéneos, a indústria de AVAC irá sofrer várias alterações notáveis. Perante este cenário o nosso mercado nacional, como parte integrante do mercado Europeu, irá defrontar-se com novos desafios financeiros de modo a adaptar-se o mais rápido possível a esta mudança de paradigma que originará forçosamente a implementação de novos sistemas e/ou à atualização de sistemas existentes. QUAIS OS PRINCIPAIS DESAFIOS DO SETOR? E DOS FABRICANTES? SÃO OS MESMOS DESAFIOS SENTIDOS PELOS INSTALADORES? O grande desafio é aumentar a eficiência energética e simultaneamente descarbonizar, sendo o desafio encarado de forma díspar entre os vários intervenientes do setor. Ajustar os novos e exigentes desafios, através da concertação dos regulamentos nacionais baseados nas Normas Europeias, deverá garantir, até 2030 que todos os edifícios novos sejam considerados de emissões nulas e atingir todo um parque imobiliário com emissões zero até 2050. Uma vez tomada a decisão de implementar projetos que proporcionem a descarbonização, vai ser necessário elaborar projetos de execução sustentados em soluções tecnológicas Cláudia Casaca, presidente da EFRIARC.

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