BI324 - O Instalador

75 RENOVÁVEIS Vaasa ETT e a Enerdata. Trata-se de um estudo que faz um balanço do estado atual da transição energética, revelando que, apesar dos progressos alcançados, as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) continuam a aumentar e as consequências das alterações climáticas estão a acontecer muito mais rapidamente do que o esperado. As principais observações do relatório incluem: • Capacidade das energias renováveis em todo o mundo tem de triplicar. Ainda que os 1.300 mil milhões de dólares de investimentos realizados em transição energética em 2022 sejam um recorde (superando significativamente o valor dos gastos com combustíveis fósseis), para cumprir as metas das zero emissões líquidas até 2050 é preciso que este montante aumente para 5 biliões de dólares por ano. Em 2022, a componente das energias renováveis atingiu valores inéditos, com um aumento anual de 340GW. Espera-se que 2023 seja outro ano de grandes incrementos nesta área. No entanto, este crescimento está muito aquém do que é necessário para se poder atingir o objetivo das emissões líquidas zero de carbono até 2050, uma vez que a capacidade global das energias renováveis deverá aumentar 2400 GW entre 2022 e 2027 (o que representa um crescimento médio anual de 480 GW). A energia Solar Fotovoltaica (PV) bateu novos recordes em 2022 e tudo indica que o mesmo deverá suceder em 2023. Já no que diz respeito à energia eólica, registou-se um decréscimo de 19% a nível mundial e por comparação com os valores do ano anterior, em virtude das dificuldades de produção de energia eólica offshore na Europa e nos EUA. • O consumo de eletricidade terá de quadruplicar até 2050 para serem atingidos os objetivos da descarbonização. Mais de 75% do consumo será assegurado por energia eólica e solar. O aumento da capacidade de produção de eletricidade proveniente de fontes renováveis está a aumentar e a impulsionar uma mudança no fornecimento. No entanto, o atual ritmo de crescimento é muito inferior ao que seria necessário, e terá de triplicar para se cumprirem as metas fixadas para 2050. O crescimento da eletrificação deverá ser acompanhado pela necessidade de expansão das redes elétricas. Estas terão de passar de 75 milhões de km para 200 milhões de km e tornar-se mais inteligentes através de uma maior capacidade de armazenamento estacionário, de sensores e da análise inteligente de grandes volumes de dados. • Renascimento do nuclear desencadeado pelas alterações climáticas e as questões de soberania. Atingir as metas de descarbonização não será possível sem o recurso à energia nuclear e, por isso, é imperativo que haja um foco no alargamento da sua capacidade. A capacidade de produção de energia nuclear terá de triplicar até 2050 para se alcançar o objetivo das zero emissões de carbono, passando-se dos atuais 390 GW para 870 GW até 2050. Para tal será necessário, além de desenvolver grandes e pequenos reatores modulares (SMR), assumir o compromisso de se prolongar com segurança a vida útil dos atuais reatores. Principais recomendações para impulsionar a transição energética De acordo com Colette Lewiner, energy and utilities senior advisor da Capgemini: “apesar dos progressos, o mundo não está na trajetória certa. Embora os investimentos em energias renováveis em 2022 tenham atingido níveis sem precedentes, é fundamental acelerar o desenvolvimento das tecnologias limpas, não só para permitir o abandono dos combustíveis fósseis, mas também para garantir a segurança do abastecimento de energia. O que é necessário fazer para que as cinco grandes tecnologias energéticas verdes (eólica, solar, nuclear, baterias e hidrogénio) cumpram os objetivos estabelecidos para 2050 implica um esforço muito significativo. Os principais obstáculos prendem-se com o financiamento e com a dificuldade que a nossa economia tem de se adaptar rapidamente a estas mudanças. Cada decisão de investimento deve ser tomada tendo em conta o seu impacto na sustentabilidade e na soberania energética, bem como na acessibilidade dos preços para os cidadãos.” Proteção contra futuros impactos no abastecimento causados pela instabilidade política e garantia da soberania energética A perturbação geopolítica em constante evolução veio reforçar a necessidade dos vários países fazerem a transição para fontes de energia renováveis e de os governos introduzirem políticas que apoiem esta evolução. Nos EUA isto já está a acontecer, com a assinatura do Inflation Reduction Act (IRA), um programa que propõe alocar quase 370 mil milhões de dólares em incentivos federais para alavancar para 80% a produção de energia limpa na rede elétrica e reduzir as emissões de gases com efeito estufa em 40%, até 2030. No primeiro ano Acelerar o ritmo de transição para as energias renováveis torna os países mais independentes do ponto de vista energético

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