66 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Eficiência energética em edifícios: uma aliada essencial para um futuro sustentável A implementação de tecnologias como a digitalização e a inteligência artificial em construções é crucial para otimizar o consumo de energia, através de sensores inteligentes, sistemas de automação e análise de dados. Márcia Pereira, CEO da Bandora O mundo enfrenta desafios urgentes relacionados com as mudanças climáticas, o que exige uma rápida transição em direção a um futuro mais verde e sustentável. Nesse contexto, a sustentabilidade das construções emerge como uma área crucial que exige ação imediata. A tecnologia surge como uma aliada poderosa nesse caminho necessário, impulsionando a otimização do consumo de energia, a redução do desperdício e o uso mais inteligente dos recursos. Os edifícios desempenham um papel significativo no consumo global de energia e nas emissões de gases de efeito estufa. Na União Europeia, são responsáveis por cerca de 40% do consumo total de energia e mais de um terço das emissões nos 27 Estadosmembros. Estes números destacam a importância de tornar as construções mais eficientes do ponto de vista energético para mitigar os impactos ambientais do setor da construção. Uma abordagem essencial para alcançar a eficiência energética dos edifícios é reconhecer que não é necessário começar do zero. A indústria da construção é responsável por cerca de 23% das emissões globais de gases efeito estufa, principalmente devido ao consumo de energia durante a operação e produção de materiais, além de gerar cerca de 30% dos resíduos sólidos urbanos no mundo. Por isso, ao optarmos por construir novos edifícios, devemos utilizar materiais de construção ecológicos e reciclados, com menor impacto ambiental durante a produção e o descarte. No entanto, pode ser mais benéfico aproveitar soluções existentes e melhorá-las com o auxílio de tecnologias inovadoras como a Inteligência Artificial (AI), Internet das Coisas (IoT) e Big Data. Estas ferramentas permitem analisar dados em tempo real para otimizar o consumo de energia, ajustar automaticamente o consumo com base nas necessidades reais, reduzir o desperdício, prever a necessidade futura de energia, monitorizar o consumo de energia, temperatura, humidade e outros parâmetros através de sensores e dispositivos conectados em rede, tomar decisões inteligentes e impulsionar a mobilidade sustentável. Além da tecnologia, é também importante integrar fontes de energia renovável, como painéis solares e turbinas eólicas, para alimentar os edifícios e assim reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Estão em andamento vários esforços globais para construir um futuro mais verde e sustentável, como a COP 28 (28ª Conferência das Partes da ConvençãoQuadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) que ocorreu no Dubai, Emirados Árabes Unidos, em 2023. Foi o maior encontro deste género, com cerca de 85 mil participantes, incluindo mais de 150 Chefes de Estado e de Governo, e que evidenciou que o progresso dos esforços mundiais para enfrentar o aquecimento global está atrasado em todas as áreas de ação ambiental. Como resultado, os países decidiram acelerar a ação até 2030. Recursos financeiros, como os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência
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