BI339 - O Instalador

ESPECIALISTA EM... 34 Reabilitação urbana Manuel Reis Campos Presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), que integra o Conselho Nacional das Confederações Patronais (CNCP) Presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) Presidente do Conselho de Administração da Sociedade de Reabilitação de Imóveis, S.A. (SORI) Alexandra Costa Portugal tem acompanhado o desafio europeu no que diz respeito à reabilitação dos edifícios? Atualmente, o setor da construção e do imobiliário enfrenta inúmeros desafios destacando-se, entre eles, a necessidade de regeneração do parque edificado, assegurando que estes processos de reabilitação se encontram plenamente alinhados com as metas de descarbonização e de eficiência energética preconizadas pela União Europeia. Neste contexto, a nova Diretiva do Desempenho Energético dos Edifícios (EPBD), publicada em maio de 2024, representa um marco regulatório de grande relevância, ao elevar substancialmente o nível de ambição e impor uma transformação profunda num parque imobiliário europeu ainda marcado, em larga medida, por uma ineficiência energética estrutural. O nosso país tem dado sinais de progresso no que respeita a esta nova tendência, contudo, dada a dimensão desta transformação, ainda não se perspetiva uma evolução significativa. De acordo com os Censos de 2021, o número de edifícios que careciam de obras aumentou em 253.889 face a 2011, passando de 28,9% para 35,8% do total do parque edificado. Além disso, aumentou também o número de edifícios com necessidades médias ou profundas de intervenção, totalizando quase meio milhão. Destes, cerca de 163 mil encontram-se em muito mau estado de conservação. Embora o país reconheça a importância da reabilitação urbana e da eficiência energética, em face do trabalho hercúleo que temos pela frente, a resposta nacional tem sido insuficiente para criar uma verdadeira transformação estrutural. Continuamos, por isso, a uma distância considerável das metas estabelecidas pela Comissão Europeia. Quais são os principais desafios de conjugar a reabilitação urbana com a eficiência energética dos edifícios? Conjugar a reabilitação urbana com a eficiência energética é, por natureza, complexo. As intervenções nos edifícios existentes — muitas vezes com valor patrimonial, em centros urbanos consolidados ou com múltiplos proprietários — exigem soluções técnicas exigentes e A instalação de sistemas de aproveitamento de energias renováveis, o reforço do isolamento térmico e a substituição de janelas e coberturas são fundamentais, mas nem sempre viáveis sem apoio técnico e financeiro adequado. Assim, este desafio exige um planeamento integrado, com colaboração entre arquitetos, engenheiros e instaladores, bem como uma aposta clara na formação e qualificação dos profissionais do setor.

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