OPINIÃO | DOSSIER SMART CITIES Esta norma reforça o valor de um SACE robusto. A título de exemplo real, isso significa que um edifício que hoje tenha um sistema que permita a coordenação otimizada entre sistemas pode ser considerado e reconhecido como uma instalação de alta eficiência. A EPBD REVISTA: TORNAR OBRIGATÓRIOS OS CONTROLOS INTELIGENTES A EPBD, reformulada em 28 de Maio de 2024, coloca uma forte ênfase na digitalização e nos controlos inteligentes como instrumentos para aumentar a eficiência energética. Os principais aspetos incluem: • Requisitos mais amplos do SACE: A EPBD aumenta drasticamente o número de edifícios abrangidos pela norma. Anteriormente, apenas sistemas de AVAC muito grandes (mais de 290 kW) instalados em edifícios não residenciais necessitariam de um SACE. Atualmente, o limite será reduzido para 70 kW de capacidade de aquecimento/arrefecimento1, e mesmo os edifícios residenciais novos e remodelados devem incluir determinadas funcionalidades de automação a partir de 20262. • Qualidade do Ar Interior (QAI) e Conforto: Pela primeira vez a diretiva aborda este ponto. Os Estados-Membros devem estabelecer normas para um ar interior saudável e utilizar a automação dos edifícios para as manter2. Isto significa que os sensores de temperatura, CO2, humidade relativa, etc., e o controlo dinâmico da ventilação já não são apenas “extravagâncias” para edifícios verdes. • Smart Readiness Indicator (SRI): Introduzido pela EPBD, trata-se de uma classificação que avalia como um edifício utiliza tecnologias inteligentes para otimizar o seu desempenho. Até 2027, os grandes edifícios poderão ter de apresentar uma classificação SRI como referência da sua qualidade2. Ou seja, um edifício com um SRI mais elevado poderá ter um valor comercial mais alto, podendo ser visto como um incentivo para investir em soluções mais inteligentes. • Autorregulação e equilíbrio hidrónico: As novas regras exigem que os sistemas de aquecimento e arrefecimento sejam equipados com dispositivos de autorregulação para evitar ineficiências. Por exemplo, cada sala ou zona pode precisar de um controlo termostático que possa modular o caudal de água de forma independente. O balanço hidrónico dinâmico em cada unidade terminal deve ser assegurado2 tornando-se uma expectativa legal. BIBLIOGRAFIA: 1 ISO 52120-1 em automação, controles e gerenciamento de edifícios (https://blog.se.com/buildings/2023/10/04/unlocking-energy-efficiency- -the-impact-of-iso-52120-1-in-building-automation-controls-and-management/) 2 A Diretiva Desempenho Energético dos Edifícios revista (EPBD... - EUBAC (https://eubac.org/news/the-revised-energy-performance-of-buildings-directive-epbd-published-in-the-official-journal/) • Automação em vez de inspeções: Tradicionalmente, os sistemas de climatização de edifícios devem ser inspecionados periodicamente no que se refere à eficiência. A EPBD reconhece agora que, se um edifício dispõe de um sistema SACE que disponha de monitorização contínua e deteção automatizada de falhas, pode efetivamente ser auto-inspecionado, desde que a automação notifique os operadores de qualquer quebra de desempenho 2. Em suma, a revisão da EPBD determina que os edifícios se tornem inteligentes brevemente. Lembramos que até 2030, todos os novos edifícios devem ter “emissões zero” 2. n O texto de opinião continua na próxima edição. Metasys 14.0. A revisao da EPBD determina que os edificios se tornem inteligentes brevemente. Lembramos que ate 2030, todos os novos edificios devem ter “emissoes zero” 78
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