BI341 - O Instalador

OPINIÃO 90 Não sou especialista nem em aviação, nem em gestão urbanística mas, apesar disso, considero que há uma solução alternativa mais eficaz tanto do ponto de vista do imediatismo operacional, pluralidade de valências, e de custos imediatos. O aeroporto de Beja, resultante do aproveitamento de uma antiga base aérea, custou há época, 33 milhões de euros e é o único em Portugal, Continental e Ilhas, com capacidade para acolher o maior avião comercial do Mundo, o gigante Airbus A 380. De acordo com uma notícia do Diário do Alentejo datada de 22 de Julho de 20221. “O aeroporto de Beja pode ficar a 75 minutos de Lisboa e ser complementar à Portela, sendo custo disso apenas um quarto do que a Vinci diz ir investir na solução Montijo. Manuel Tão, professor catedrático na Universidade do Algarve e especialista em transportes, defende que esta opção tem de ser “tomada já” para não se correr o risco de perder o acesso aos fundos europeus. [...]Manuel Tão, geógrafo, professor na Universidade do Algarve e especialista em transportes e planeamento regional, disse ao “Diário do Alentejo” que a solução Beja, como complemento ao aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, custaria “menos de um quarto daquilo que, recentemente, a Vinci admitiu investir na transformação da base aérea do Montijo. O professor universitário estima que um “pacote integrado” que inclua a finalização da A26, a eletrificação da linha do Alentejo na totalidade e o novo ramal de ligação ao aeroporto de Beja custaria cerca de 400 milhões de euros, “comparticipados a 80 por cento pelos fundos europeus”, o que significa que a comparticipação nacional não ultrapassaria os 80 milhões. Acresce que não só se resolveria a curto prazo a insuficiência da infraestrutura lisboeta, como se “asseguraria a ligação ao aeroporto de Faro, que dentro de uma década também ficará congestionado”, garante Manuel Tão”. A isto proponho que, em sede de infra-estruturas, se conjugasse uma derivação para carga por estrada e ferrovia de Sines até ao Aeroporto de Beja a par com outra ligação também por estrada e ferrovia rápida ao Algarve e em sede operativa a consolidação do Alentejo enquanto destino turístico premium. Beja teria assim uma múltipla funcionalidade: a) complemento à Portela por via de ser destino das low cost e ultra low cost e com ligações rápidas de e para Lisboa, como por exemplo, Lutton ou Stansfield face a Londres; b) movimentação de carga: c) placa para aviação privada: d) estacionamento e manutenção de aviões; e) polo distribuidor de tráfego e passageiros para o Alentejo e Algarve. Recorde-se que isto está em linha com o que já esta a ser feito no aeroporto de Beja, como sucede com o investimento de mais 60 milhões pela Mesa, do Grupo Hy Fly, anunciado em Março de 2025: “A MESA, do grupo Hi Fly, vai investir mais 60 milhões de euros no aeroporto de Beja, num segundo hangar para manutenção de aeronaves. Em comunicado conjunto hoje divulgado, a ANA e a MESA revelaram que este novo investimento permitirá “triplicar a capacidade de manutenção”, reforçando o papel do aeroporto de Beja “como polo de desenvolvimento aeroespacial e industrial na Europa. O novo hangar da MESA, com 11 mil metros quadrados, será construído junto às actuais instalações da empresa e permitirá a manutenção de todas as aeronaves da família Airbus”, pode ler-se no comunicado. A MESA “irá reforçar a sua capacidade de prestação de serviços, incluindo manutenção pesada e em linha, modernização de interiores, substituição de motores e trens de aterragem, testes hidráulicos, correcção de avarias e inspecções baroscópicas de motores”, precisou a empresa do grupo Hi Fly.”2 Tudo isto por uma parte dos custos totais de um aeroporto de raiz em Lisboa e sem os riscos técnicos e ambientais

RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx