51 PERFIL PASSIVE HOUSE O COMEÇO Quando começámos este caminho, em 2012, o cenário também estava longe de ser animador devido à grave crise económica e aos seus efeitos nomeadamente no setor da construção. E o começo foi feito de raiz uma vez que, com a exceção de um projeto europeu (o Passive-On terminado, em 2007) e de um trabalho de investigação (‘Passive Houses in Southwest Europe’ do físico Jürgen Schnieders, de 2009), não havia nada em Portugal relativo à Passive House. E, desde o começo, até ao momento atual, todo o trabalho foi feito sem qualquer tipo de apoio público e sem fundos comunitários. Como o arranque ou início de qualquer projeto, foi definido um plano e foi aproveitada uma oportunidade, que, no caso, era umprojeto de duas moradias unifamiliares desenvolvido pela Homegrid, onde seprocurou implementar o padrão Passive House quando a obra estava a iniciar. Com a conclusão da obra e a obtenção da certificação Passive House dos primeiros edifícios em Portugal, tínhamos cumprido o primeiro passo desse plano que havia sido definido como Passivhaus Institut. O segundo foi a monitorização do seu desempenho, como forma de verificar e validar a aplicação da norma em Portugal. O terceiro passo foi o estabelecimento de uma entidade que representasse o setor em Portugal e que trabalhasse para o seu desenvolvimento e divulgação. E assim foi criada a Associação Passivhaus Portugal em novembro de 2012. O QUE ALCANÇÁMOS Passados 10 anos, temos hoje em Portugal uma verdadeira rede Passive House. Por um lado, temos no nosso mercado empresas e fabricantes nacionais e multinacionais com produtos e soluções adequadas à Passive House, muitas delas com certificação Passive House. Por outro lado, temos já mais de 500 profissionais formados com os cursos oficiais Passive House. Ou seja, há capacidade para implementar a Passive House em qualquer ponto do País. Foi também realizada uma aposta a nível institucional com o estabelecimento de protocolos e parcerias com Universidades e Institutos, com outras associações e entidades e também communicípios. Durante este percurso, como é natural, houve momentos de menor e de maior aceleração, houve parcerias e envolvimento em redes e grupos de trabalho que não partilhavam a mesma visão. Houve também diálogos e interações com diferentes agentes da governação em diferentes momentos que levaram também a resultados distintos. Mas o caminho As primeiras Passive Houses certificadas em Portugal (© Homegrid). A primeira Passive House certificada no setor do Turismo em Portugal (© Gonçalo Miller).
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