Na pausa para almoço, a Soudal fez duas demonstrações práticas sobre como instalar uma janela eficiente 29 PERFIL EVENTO DESAFIO DA TRANSIÇÃO VERDE Já Vítor Ferreira, do Cluster Habitat Sustentável, defendeu que “temos de olhar para a sustentabilidade como um valor relativo, que vai mudando com o tempo”, e que há três pilares na sustentabilidade que estão ao mesmo nível: “económico, social e ambiental. É preciso que as soluções, para serem sustentáveis, também sejam competitivas”. Na sua opinião, o que irá marcar a próxima década de 20-30, e até 2050, vai ser “a transição verde, o Green Deal, que vem por via das diretivas e pela sustentabilidade se ter tornado um valor de mercado. Há uma crescente apetência da opinião pública sensível à questão da sustentabilidade”. Para Vítor Ferreira, os cadernos de encargos têm de começar a exigir critérios relacionados com a sustentabilidade. “As compras públicas de inovação e compras públicas sustentáveis podem ser o grande motor de transformação para uma maior sustentabilidade, ou seja, os cadernos de encargos assumirem o que pode ser a exigência de uma construção neutra em carbono”. PRODUTOS SANTOS E PECADORES Este pode vir a ser um aspeto marcante na próxima década. “As empresas têm de perceber qual a pegada carbónica do seu produto e que podem combinar materiais diferentes (porque temos produtos santos e pecadores, ou seja, uns que sequestram carbono e outros que emitem carbono quando são produzidos). Cabe ao arquiteto combinar soluções de forma a obter um balanço zero no final. Esta vai ser uma questão determinante”, defende Vítor Ferreira. É neste sentido que o Cluster Habitat Sustentável está a trabalhar junto das empresas, “no sentido de levá-las a organizarem-se com a sua cadeira de valor para, junto de quem projeta e de quem tem construções, combinarem soluções de materiais e produtos diferentes para que o objeto final tenha um balanço carbónico perto de zero, seja uma reabilitação ou construção nova. Estes vão ser os grandes desafios em termos de sustentabilidade”. Para Rui Oliveira, da Saint-Gobain Portugal, “é necessáriomais construção nova, que está dividida entre a gama alta (empresas bem estruturadas, cuja sustentabilidade nos processos e soluções está bem incorporada) e a gama média, que é o que o país precisa commais urgência. A problemática é que, ao concorrer com empresas devidamente estruturadas, há empresas cuja sustentabilidade não é assumida como prioridade, o que leva a uma concorrência desleal e à entrada de produtos sem certificação”. Na parte na renovação, “o problema é mais grave porque faz-se com empresas de dimensão mais pequena, que
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