54 PERFIL DOSSIER JANELAS: DESIGN E SUSTENTABILIDADE nZEB e o design holístico das janelas O conceito nearly zero-energy building (nZEB) foi introduzido através da atual EPBD - Energy Performance of Buildings Directive, e tem evoluído para requisitos cada vez mais exigentes, dando lugar num futuro próximo ao conceito de zero emissions building (ZEB). Para os edifícios cumprirem com esta meta, é crucial ter em conta o clima, a geometria da fachada e a estrutura dos materiais, mas não só. Temos de olhar para o impacto nas emissões dos edifícios, que contabilizam 40% na União Europeia, e perceber como podem os vãos envidraçados ajudar na luta contra as alterações climáticas. Carolina Costa Gestora da iniciativa CLASSE+ da ADENE - Agência para a Energia Adotar estratégias de redução de energia para alcançar o conceito nZEB é imperativo logo na fase de projeto de um edifício. Com a envolvente a ter um peso considerável nas trocas de calor – 60% pela fachada, 25% pela cobertura e 15% através do pavimento – considerar elementos como as janelas, paredes, portas, etc., e a sua respetiva interação é de extrema importância. Só assim conseguimos reduzir os consumos energéticos dos sistemas HVAC, que contabilizam 42% a 68% do consumo total de energia, e dos sistemas de iluminação, que correspondem a um consumo de 16% a 32% no edifício. [1] O primeiro passo é ter em consideração as condições climáticas do local, de modo a adaptar as características do edifício às futuras necessidades dos seus ocupantes. Em Portugal, a ênfase é dada à estação de verão, porém temos um elevado índice da população que passa frio no inverno. Melhorar o isolamento térmico das habitações pode ser parte da solução, contudo uma envolvente altamente isolada pode dificultar a dissipação do calor para o exterior, causando desconforto térmico e uma má qualidade do ar interior. Neste contexto é importante refletir sobre a geometria da fachada, nomeadamente a relação da área da janela e fachada, orientação, nível de sombreamento e ventilação, que permita otimizar os ganhos de energia no Inverno; evitar o sobreaquecimento no verão; a entrada de luz natural e a renovação do ar interior. Com o aumento da área das janelas há uma melhoria do conforto visual dos ocupantes, mas ao mesmo tempo pode significar ummaior fluxo de calor. As soluções atuais para a envolvente envidraçada já permitem, em parte, ultrapassar este último ponto, porém continua a ser relevante uma análise profunda sobre este rácio que, segundo alguns autores, se situa entre 30% a 45%, dependendo do clima e orientação da fachada [2]. Janelas a Sul/Poente, onde há maior insolação durante o dia, vão permitir ummaior conforto térmico no inverno através dos ganhos solares, sobretudo quando comparadas com as janelas viradas a Norte. Porém, para evitar o sobreaquecimento, a estas janelas devem ser incorporadas dispositivos como toldos, lamelas, portadas, películas, entre outros. Também a duração
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