BJ27 - Novoperfil Portugal

10EDITORIAL Numa altura em que a União Europeia se desdobra em tentativas de acordos para se posicionar de forma estratégica num cenário geopolítico cada vez mais instável, procurando enfrentar as alterações do sistema comercial internacional impostas pelos EUA, as empresas do setor da construção dinamizam os seus negócios, na expetativa de vir a beneficiar de tarifas reduzidas, aumentando (ou pelo menos mantendo) as suas exportações. Por cá, a APAL prepara a conferência que celebra os 200 anos do alumínio e reúne, no dia 10 de outubro, na Fundação Champalimaud, nomes de referência nacionais e internacionais. O painel de oradores vai discutir as perspetivas europeias sobre o mercado dos metais, a evolução do setor, os mecanismos de certificação e as exigências de qualidade num contexto global em mudança. Já a 21 e 22 de outubro, o Centro de Congressos de Aveiro acolhe mais uma edição da Conferência Passivhaus, que este ano aborda a autonomia dos edifícios Passive House face aos desafios na gestão da rede elétrica e a monitorização de edifícios certificados em Portugal. Em destaque, no Dossier ‘Eficiência energética: sistemas de última geração’, Catarina Farmhouse, da direção de Sustentabilidade e Mobilidade da ADENE, explica como, para além dos benefícios energéticos, o isolamento térmico exterior (ETICS) representa uma solução avançada e eficaz “especialmente vantajosa na reabilitação de edifícios”. A aplicação do sistema ETICS em obras novas “é uma das formas mais seguras de garantir o cumprimento dos valores de isolamento térmico exigidos na legislação em vigor”, sugere. Em entrevista, não perca a perspetiva de Olga Konovalova, owner da Multi Windows, sobre a relevância da eficiência energética por via da substituição da caixilharia. Uma tarefa desafiante que a empresa vai reforçar em 2026, em conjunto com os seus parceiros de negócio. Investindo na modernização, a Multi Windows tem vindo a apostar na aquisição de equipamentos tecnológicos de topo e na diversificação do seu portefólio “para segmentos superiores”, com “a inclusão de produtos alumínio e uPvC SCHÜCO”. Ainda nesta edição, leia o artigo técnico da ANFAJE, que defende que a instalação de novas janelas eficientes deve estar presente numa estratégia preventiva de segurança das habitações, cujas caraterísticas (tipo de vidro, reforço nos perfis e ferragens utilizadas), as tornam essenciais na prevenção de intrusões e na proteção contra danos causados por eventos adversos, como desastres naturais, atos de vandalismo ou acidentes. Boa leitura. Eficiência a todos os níveis num mercado instável Comissão Europeia propõe adoção dos acordos com Mercosul e México A Comissão Europeia apresentou ao Conselho as suas propostas para assinatura e conclusão do Acordo de Parceria UE-Mercosul (EMPA) e do Acordo Global Modernizado UE-México (MGA), um passo decisivo na estratégia europeia de diversificação das relações comerciais e reforço dos laços económicos e políticos. Estes acordos prometem criar oportunidades de exportação na ordem dos milhares de milhões de euros para empresas europeias de todas as dimensões, impulsionar o crescimento económico e a competitividade e apoiar centenas de milhares de empregos. Ao reforçar cadeias de valor e ampliar o leque de fontes fiáveis de matérias-primas e insumos críticos, a UE posiciona-se de forma estratégica num cenário geopolítico cada vez mais instável, alicerçando a cooperação para enfrentar a modernização do sistema comercial internacional. O acordo com a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai criará a maior zona de livre comércio do mundo, abrangendo um mercado de mais de 700 milhões de consumidores. As empresas europeias irão beneficiar de tarifas reduzidas, prevendo-se um aumento das exportações anuais da UE para o Mercosul em até 39% (49 mil milhões de euros). O novo acordo com o México irá impulsionar o crescimento económico e a competitividade, num país que é o segundo maior parceiro comercial da UE na América Latina. As propostas incluem dois instrumentos jurídicos paralelos: o acordo de parceria propriamente dito (EMPA e MGA), sujeito a ratificação por todos os Estados-Membros, e os Acordos Comerciais Interinos, de competência exclusiva da UE, a serem aprovados apenas pelo Parlamento Europeu e o Conselho. Ao abrirem mercados e fortalecerem parcerias estratégicas, estes acordos poderão marcar uma nova era para o comércio europeu.

RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx