BJ27 - Novoperfil Portugal

37 PERFIL EFICIÊNCIA ENERGÉTICA: SISTEMAS DE ÚLTIMA GERAÇÃO mas servem de modelo para a recolha e comparação de dados energéticos dos edifícios em diferentes países. Para o BPIE, a eficiência não deve ser avaliada apenas pelo consumo energético, mas sim pela quantidade de energia que é realmente necessária para garantir o conforto e a usabilidade dos espaços. Ou seja, um edifício eficiente é aquele que, com o mínimo de recursos, consegue criar ambientes adequados às pessoas que o utilizam. Plataformas digitais: a chave para desbloquear eficiência As soluções para colmatar estas lacunas já existem, sublinha Karciauskas. Plataformas digitais de gestão energética podem monitorizar em tempo real sistemas como climatização (HVAC), iluminação e outros, identificar desperdícios e ajustar automaticamente as operações de vários edifícios em simultâneo. De acordo com o CEO da Exergio, “os dados são a ferramenta de renovação mais rápida que temos. Ao coordenar cargas e otimizar controlos, as plataformas orientadas por inteligência artificial podem ajudar os edifícios a operar de forma eficiente sem os longos prazos e elevados custos das renovações profundas. Esta abordagem operacional tem permitido, na nossa experiência, que os proprietários de edifícios reduzam o desperdício de energia em até 29% e recuperem o investimento num ano. O objetivo número um dos países deve ser transformar promessas em progresso real”. Impacto ambiental e económico das renovações energéticas A renovação energética dos edifícios comerciais não é apenas uma exigência ambiental – tem também implicações económicas relevantes. Edifícios mais eficientes consomem menos energia, reduzem custos operacionais e aumentam o valor imobiliário, além de contribuírem para a criação de empregos no setor da construção e das tecnologias digitais. Por outro lado, o incumprimento das metas coloca em causa objetivos climáticos globais e pode levar à imposição de sanções ou restrições adicionais por parte da União Europeia. O atraso na transição energética ameaça ainda a competitividade das empresas europeias face a regiões que apostam fortemente na digitalização e na sustentabilidade. O papel da inteligência artificial e das tecnologias emergentes A integração de inteligência artificial e análise de dados em tempo real está a transformar a forma como os edifícios são geridos. Estas ferramentas permitem identificar padrões de consumo, antecipar necessidades e ajustar operações para maximizar a eficiência sem comprometer o conforto. Os sistemas digitais avançados podem, por exemplo, desligar automaticamente equipamentos em horários de menor utilização, regular temperaturas de acordo com a presença de pessoas e adaptar a iluminação à luz natural disponível. Esta flexibilidade é crucial para enfrentar os desafios impostos pela variabilidade do clima, o aumento dos custos energéticos e as exigências regulamentares cada vez mais rigorosas. n

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