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JANELAS DO FUTURO | OPINIÃO 26 PERFIL Da IoT à autossuficiência: como as janelas estão a redefinir a construção João Ferreira Gomes, presidente da ANFAJE O setor das janelas, portas e fachadas está a atravessar uma das transformações mais significativas das últimas décadas. A janela deixou de ser um simples produto construtivo que separa o interior do exterior, para se tornar um elemento tecnológico essencial para termos edifícios mais eficientes, sustentáveis e inteligentes. E a sua evolução tem de acompanhar as grandes tendências da construção e da própria sociedade: conforto, digitalização, eficiência energética, e cada vez mais, autossuficiência. A integração da Internet das Coisas (IoT) está a abrir um novo capítulo na forma como interagimos com os edifícios. As janelas inteligentes já são uma realidade — equipadas com sensores de temperatura, humidade, qualidade do ar e luminosidade, e capazes de comunicar com sistemas de ventilação e climatização. Estas soluções permitem otimizar o desempenho energético em tempo real, reduzir desperdícios e melhorar o conforto térmico e acústico dos ocupantes dos edifícios. Mas embora esta inovação tecnológica seja importante, o que está realmente em causa é a possibilidade de não se desperdiçar energia. Num contexto em que o aquecimento e arrefecimento das habitações e dos escritórios representam parcelas significativas das faturas energéticas, a janela passa a ser um aliado ativo na gestão inteligente do consumo de energia, contribuindo para edifícios mais eficientes e sustentáveis. A sustentabilidade é, aliás, o atual denominador comum de todas as transformações do setor. O ciclo de vida dos produtos, a escolha de materiais recicláveis e de baixo impacto ambiental, a durabilidade e a capacidade de manutenção são hoje critérios fundamentais aquando do início de um projeto arquitetónico. As janelas eficientes não só reduzem os ganhos e as perdas térmicas e as emissões de CO₂, como também aumentam a qualidade de vida e o valor patrimonial dos edifícios. O setor tem vindo a investir fortemente em inovação e certificações da qualidade e ambientais, respondendo positivamente à exigência crescente da regulamentação e à necessidade de cumprir as metas nacionais e europeias de descarbonização. Mas o futuro vai ainda mais longe. Caminhamos para a autossuficiência energética dos edifícios (o conceito ZEB), onde as janelas podem desempenhar um papel relevante. A investigação já permite desenvolver vidros fotovoltaiA janela passa a ser um aliado ativo na gestão inteligente do consumo de energia, contribuindo para edifícios mais eficientes e sustentáveis

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