BJ28 - Novoperfil Portugal

PERFIL 52 REPORTAGEM | APAL Francisco Ferreira concluiu que sem sistemas eficazes de recolha (porta a porta, pay-as-you-throw e sistemas de depósito e reembolso para latas) a indústria não terá matéria-prima limpa suficiente para alimentar a circularidade do alumínio. Por outro lado, “estamos a conseguir ser autossuficientes nas energias renováveis. Vamos ver nos materiais críticos e naquilo que é possível fazer nas diferentes vertentes da indústria”. Miguel Saraiva, CEO de um dos maiores atelieres do país, a Saraiva+Associados, levou ao debate na Fundação Champalimaud a relevância do alumínio na construção de fachadas, portas e janelas: "nós, arquitetos, somos os grandes prescritores do alumínio. A construção civil é o rei da sua utilização”. Reiterando que este é um material “bastante versátil nas suas diferentes utilizações”, aponta três pilares de sustentação do alumínio na construção: é sustentável e circular ("um material exemplar na economia circular, algo que não é comum nos materiais da fileira da construção"); é um material fiável (já que 75% permanece em uso desde o século XIX) e serve o seu propósito; e atinge uma recuperação em fim de vida de 92% a 98%, "o que entra em contraponto com os dados de reciclagem dos outros materiais”, enumerados pelo presidente da Zero. Em relação à compatibilidade e à sua composição, no que diz respeito às fachadas, janelas e portas, “talvez tenha sido o primeiro passo para a construção offsite, que está muito em voga, até pela necessidade urgente de construção”. Finalmente, “tem um papel essencial na reabilitação das cidades: a sua evolução técnica, e não só em termos acústicos e térmicos, tem uma grande vantagem em relação à replicagem do desenho original”, concluiu o arquiteto. Na área da engenharia, Duarte Ferreira, diretor geral da Global Decentralized Energy Generation Business Unit do Grupo Greenvolt, alertou para a pressão dos custos energéticos: “a energia é, provavelmente, o custo mais importante que existe na produção da cadeia de valor do alumínio”, cerca de 35%. Trata-se de “uma indústria eletrointensiva e que já tem, inclusivamente, expressão na produção nacional e, portanto, tem acesso aos fundos europeus que existem”. A Greenvolt faz vários projetos para o setor do alumínio em diversos países europeus e, com base nessa experiência, Duarte Ferreira afirma que “as renováveis têm e querem ter sempre um peso a este nível” [dos custos na produção de alumínio]. Momento do coffee-break na Fundação Champalimaud, em Lisboa, durante a conferência da APAL que celebrou os 200 anos do alumínio.

RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx