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ENTREVISTA 14 de resto, um problema que ainda se mantém). Isto porque, à época, o CNC era praticamente desconhecido nas universidades e os centros de formação, como o Cenfim, ainda estavam a dar os primeiros passos neste campo. Por seu lado, os moldistas ainda trabalhavam muito manualmente. As empresas tinham receio de enveredar por máquinas CNC, até porque não havia operários especializados em programação de deste tipo de equipamentos. Operar uma máquina de CNC a 5 eixos, então, era impensável. O nosso trabalho foi divulgar, formar, apoiar e resolver todo o tipo de problemas que demonstrassem que não havia alternativa às máquinas-ferramenta CNC e, obviamente, fornecer o apoio técnico pós-venda de proximidade. Tem, portanto, uma longa ligação à indústria de moldes portuguesa, ainda que indireta. Como avalia a evolução do setor ao longo dos anos? Numa palavra, fantástica! Quero tirar o chapéu a todos os empresários e trabalhadores das empresas de moldes, bem como aos fornecedores das mais diversas áreas e origens e centros de formação da metalomecânica, porque, todos em conjunto, conseguiram fazer da indústria dos moldes, em Portugal, um oásis a todos os níveis. Os moldes, têxtil, calçado e pouco mais, representam o Portugal tecnologicamente mais evoluído, a nível mundial. Podemos dizer que esta indústria, pelo seu dinamismo, foi determinante para o aparecimento de outras, como a dos fabricantes de máquinas-ferramenta? Semdúvida! A indústria dosmoldes permitiuque se detetasse a falta dedeterminadasmáquinas e tecnologias e impulsionou o renascimento dos fabricantes demáquina-ferramenta em Portugal. Empresas que, no virar domilénio, tinhamdesaparecido ou que praticamente só faziammáquinas convencionais, agora fazemmáquinas CNC, coma tecnologiamais avançada, e exportampara todo omundo. Quero aliás, aproveitar a oportunidade para, em nome da Fagor Automation, agradecer publicamente o facto destes fabricantes terem acreditado em nós e de nos elevaremdiariamente. Hoje, que percentagem detém os Fabricantes de Equipamento Original no vosso volume de faturação? A reconstrução de equipamentos continua a ocupar um lugar importante? O aparecimento dos fabricantes de máquinas-ferramenta em Portugal permitiu que o volume de faturação das empresas que comercializamCNC emPortugal aumentasse, embora sempre para níveis residuais quando comparados com o resto da Europa. No nosso caso, estas empresas são responsáveis pelo maior volume de faturação, logo seguidos pela reconversão e assistência técnica. Os processos de fabrico aditivo têm vindo a ganhar terreno na indústria. Esta é também uma aposta da Fagor Automation. Que razões levaram a empresa a entrar neste mercado? A Fagor Automation está sempre atenta à evolução do mercado da máquina-ferramenta e às novas tendências. A capacidade de adaptação do nosso CNC a novas aplicações é notável e apostar nesta tecnologia é um passo natural. Pretendemos atender as necessidades demáquinas híbridas que, numa só máquina, podem combinar processos subtrativos (como a fresagem) com processos aditivos, seja por deposição de pó metálico ou por deposição por fio e arco elétrico. Alémdos produtos que fornece, que outras valências oferece a Fagor Automation ao mercado nacional? Empresas multinacionais de prestígio e com produtos diferenciadores como a Fagor Automation-sucursal portuguesa, representam crescimento e inovação para o nosso país, pelos produtos e tecnologias que comercializam. Os nossos colaboradores lidam diariamente com uma tecnologia que não se divulga muito nas universidades (felizmente há algumas boas exceções) e à qual dificilmente teriam acesso a não ser nestas empresas. Também os nossos clientes formam técnicos nestas áreas e o processo continua em crescendo, com a eventual instalação futura de empresas nacionais de elevado índice tecnológico. As multinacionais por sua vez, também beneficiam da excelente qualidade dos trabalhadores nacionais, incorporando, como é o nosso caso, técnicos portugueses altamente especializados. O responsável técnico mundial da Fagor Automation de maquinação a 5 eixos, por exemplo, é português e está integrado no I+D da Fagor Automation. Este é um excelente exemplo, da relação ‘win-win’ que estas valências permitem. n O sistema CNC Quercus é um dos exlibrís da Fagor Automation, especialmente desenvolvido de acordo com os conceitos da indústria 4.0. C M Y CM MY CY CMY K

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