28 AUTOMÓVEL acredita que cerca de “50% da produção automóvel vai ficar localizada na Ásia-Pacífico”. Em jeito de conclusão, Melo Pires sintetiza alguns caminhos possíveis para a reconfiguração da indústria dos moldes: verticalização; apanhar valor em toda a cadeia, desde a conceção e desenvolvimento dos protótipos e não apenas no seu fabrico; inovação, uma maior dimensão das empresas para terem melhores condições de competitividade; e colaboração entre empresas. Respondendo à questão sobre o que poderá ser diferenciador na oferta portuguesa, António Melo Pires é taxativo: “Portugal já se distingue pela qualidade”. Mas precisa de ter capacidade para competir internacionalmente, o que passa pelo preço. E, para isso, “é preciso investir em inovação, diversificação e captação de valor em toda a cadeia”. Momento importante no primeiro dia do congresso foi a intervenção de Eric Tordjeman, senior vice-president Operations Strategy da Forvia, empresa de tecnologia automóvel integrada no Grupo PSA, fabricante de marcas como a Peugeot, Citroen, DS, Opel e Vauxhall, que pode representar um importante cliente para várias empresas de moldes portuguesas. A sua mensagem foi clara quando declarou que “vão passar a comprar muito mais na Europa por causa das incertezas e inseguranças trazidas pela instabilidade mundial” e que pretendem “reduzir a dependência em relação à China”. Para isso, procuram fornecedores que sigam as diretivas de neutralidade carbónica que querem atingir até 2025; que criem uma cadeia de valor capaz de absorver o impacto do aumento dos custos; que sejam capazes de otimizar processos, desenvolver melhores ferramentas; de soluções que rentabilizem melhor o tempo de produção; e precisam de fornecedores que possam integrar cadeiras internacionais de abastecimento. Perante todos estes desafios, na opinião de Jorge Castro, vice-presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), que também interveio no painel, o “preço continuará a ser o fator principal na equação”. CONCELHO DE OLIVEIRA DE AZEMÉIS QUER ESTAR NO CENTRO DA INDÚSTRIA AUTOMÓVEL EM PORTUGAL Perante os grandes desafios que a indústria dos moldes irá enfrentar nos próximos tempos, JoaquimJorge, presidente da câmara municipal de Oliveira de Azeméis, acredita que Portugal “tem todas as condições para reforçar a sua importância internacional na produção de moldes para o setor automóvel”. Na sua intervenção na abertura do XI Congresso da Indústria dos Moldes, que teve lugar no seu concelho, destaca “a enorme ambição de [Oliveira de Azeméis] se tornar numa centralidade industrial na fileira da indústria automóvel emPortugal”. Para alémdo grande peso das empresas da indústria de moldes na economia do concelho, onde cerca de 17 mil trabalhadores – mais de metade do total da força de trabalho do concelho – estão empregados nas mais de 1100 empresas da indústria transformadora, o concelho conta ainda com uma das maiores e mais avançadas empresas de moldes do mundo, o Grupo Simoldes. Além disso, beneficia da proximidade do aeroporto do Porto e dos portos marítimos de Leixões e Aveiro, bemcomo de uma rede de autoestradas que ligam o concelho a todo o País e à Europa. Destaque ainda para a existência no concelho de dois centros de formação e conhecimento fundamentais para o setor automóvel: a Universidade de Aveiro e o CENFIM. Para a concretização deste desiderato, o autarca insiste na urgência da concretização do “ousado e inovador projeto de construção de uma ‘Fábrica do Futuro’”, uma parceria que envolve a Escola Superior Aveiro Norte, a Universidade de Aveiro, a autarquia de Oliveira de Azeméis e várias empresas. Umprojeto estratégico para “potenciar o trabalho em rede e de partilha constante entre a universidade e as empresas, apoiado em laboratórios colaborativos desenhados para satisfazer as necessidades de investigação e inovação do nosso tecido económico”. JoaquimJorge considera mesmo que “este projeto tem um potencial impacto que vai para alémde Oliveira de Azeméis, pelo que deve ser considerado como de interesse estratégico nacional”. OS DESAFIOS DA INDÚSTRIA DOS MOLDES Esta dinâmica económica de Oliveira de Azeméis, devida à sua indústria de moldes, está em linha coma dinâmica O Congresso contou com a presença do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva. C M Y CM MY CY CMY K
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