BO14 - EngeObras

5 EDITORIAL O final de 2025 permite-nos traçar um balanço claramente favorável para o setor da construção e obras públicas. Este ano confirmou uma tendência de crescimento sólida, sustentada e, acima de tudo, baseada em fundamentos estruturais que apontam para um mercado mais equilibrado e competitivo. Um dos principais motores deste dinamismo foi, sem dúvida, a execução contínua de projetos de remodelação e modernização de infraestruturas, impulsionados tanto pelo investimento público como pela crescente mobilização de capital privado. A progressão em áreas como a habitação, a reabilitação energética e o desenvolvimento de redes estratégicas demonstrou a capacidade do setor para se adaptar a novas exigências e fornecer soluções de elevado valor acrescentado. A tudo isto soma-se um tecido empresarial que soube responder ao desafio. As empresas reforçaram os processos internos, profissionalizaram a gestão e apostaram na digitalização como forma de aumentar a eficiência e a competitividade. A adoção de tecnologias como BIM, sistemas de monitorização inteligente ou maquinaria de baixas emissões deixou de ser uma promessa para se tornar uma realidade palpável em obras por todo o país. Também é digna de nota a estabilidade laboral que caracterizou 2025. Embora persistam desafios relacionados com a captação de nova mão de obra qualificada, o setor avançou em programas de formação e na criação de ambientes de trabalho mais seguros e atraentes. Este esforço é percetível e contribuiu para criar um clima mais propício ao desenvolvimento de projetos de longa duração. Olhando para o futuro, tudo indica que 2026 seguirá uma tendência igualmente favorável. As previsões de investimento, juntamente com a continuidade de programas estratégicos em infraestruturas e transição energética, permitem antecipar um cenário otimista para o próximo exercício. Além disso, o calendário do setor será marcado por eventos relevantes, entre eles a feira Smopyc, que voltará a reunir os principais protagonistas do setor de máquinas de construção. Portugal, como é habitual, terá uma presença de destaque, refletindo o peso e a ambição crescentes das nossas empresas. Neste número, incluímos uma entrevista com o diretor do certame, Luis Fueyo, que antecipa alguns pontos-chave da próxima edição e o importante papel que o mercado português voltará a desempenhar. Se 2025 foi o ano da consolidação, 2026 pode ser, sem dúvida, o ano do impulso definitivo. 2025: Um ano de consolidação PRR impulsiona obras rodoviárias e ferroviárias em todo o país A Infraestruturas de Portugal (IP) é a principal beneficiária pública do Plano de Recuperação e Resiliência, tendo já recebido 354,8 milhões de euros — 64% do total aprovado para quatro contratos nas componentes 7 (Infraestruturas) e 15 (Mobilidade Sustentável). A maioria da verba, 340,3 milhões, está afeta a projetos rodoviários, revelando a forte capacidade de execução da IP, que tem superado todos os marcos e metas estabelecidos. No terreno, os investimentos traduzem-se em obras em todo o país: das 25 empreitadas contratadas na Componente 7, 12 estão concluídas. As intervenções reforçam acessibilidades a áreas empresariais, ligações transfronteiriças e troços rodoviários em falta, bem como a capacidade da rede, abrangendo regiões de Vinhais a Olhão e do litoral ao interior. Na ferrovia, destaca-se a empreitada de digitalização do transporte ferroviário, atualmente em execução, promovendo mobilidade sustentável e maior coesão territorial. Em junho, a Componente 15 foi reforçada com novos projetos, incluindo desenvolvimento de módulos STM, cibersegurança e sistemas avançados de telecomunicações e sinalização. A Missão Recuperar Portugal confirma a IP como o beneficiário com maior volume de apoios recebidos. Para Miguel Cruz, presidente da IP, os resultados refletem uma execução exemplar, com investimentos que modernizam o país, apoiam empresas e populações e promovem desenvolvimento equilibrado e competitivo.

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