BP10 - Interplast

SUSTENTABILIDADE Outra iniciativa levada a cabo pelo setor, que contribui para este objetivo, é o programa Operation Clean Sweep, implementado na Europa em 2017 e liderado em Portugal pela Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos (APIP). Este programa visa promover boas práticas de limpeza e controlo em todas as operações na quais se manuseiam pellets, a fim de evitar que estes acabem involuntariamente no ambiente, particularmente no meio aquático. Até à data, mais de 70 empresas portuguesas da cadeia de valor dos plásticos, incluindo pro- dutores, transformadores, operadores logísticos e distribuidores, assinaram o compromisso OCS. Portugal é, de resto, um dos países europeusmais empenhados em imple- mentar uma economia circular para os plásticos. Prova disso é o Pacto Português para os Plásticos (PPP), uma plataforma colaborativa liderada pela Associação Smart Waste Portugal, que faz parte da rede internacional da New Plastics Economy (Fundação Ellen Macarthur) e que conta já com 80membros de toda a cadeia de valor. Recentemente, os membros do PPP definiram o Roadmap 2025, umdocu- mento onde se identificam as metas para os próximos quatro anos, bem como medidas específicas para as alcançar e as responsabilidades de cada entidade. Para além deste tipo de iniciativas, há que mencionar o empenho da indústria no desenvolvimento de novas formas de aproveitar aomáximo os resíduos, tais como a reciclagem química. Trata-se de uma tecnologia inovadora, complementar à reciclagem mecânica, que permite obter novas matérias-primas com uma qualidade idêntica à dos materiais virgens, ao mesmo tempo que permite reciclar um maior volume de plástico, uma vez que pode tratar frações cuja reci- clagem mecânica é mais complexa. O compromisso da nossa indústria no desenvolvimento de novas solu- ções circulares é tal que os produtores europeus de plásticos anunciaram um plano de investimento de 7.200 milhões de euros em reciclagem quí- mica até 2030. A nossa indústria já está a investir fortemente e a cola- borar com parceiros inovadores na cadeia de valor para impulsionar a reciclagem química. Estes planos de investimento são, sem dúvida, mais um passo no sentido da mudança para uma economia circular de baixo carbono, e uma forma de alcançar uma mudança sistémica com novas soluções: diversificação de matérias- -primas, novas infraestruturas, novos modelos de negócio e novos materiais, prevenção de resíduos e conceção ecológica, entre outros. E a toda esta inovação acrescenta-se a cooperação. A economia circular é um ‘ jogo de equipa’ e nenhum setor ou agente social pode alcançá-la sozi- nho. Um exemplo de sucesso desta colaboração é o programa voluntário para o desenvolvimento sustentável da indústria europeia do PVC, VinylPlus. Uma iniciativa de toda uma cadeia de valor, que nasceu há 20 anos e que, desde então, conseguiu que quase 6 milhões de toneladas de PVC fossem recicladas. De facto, a 17 de junho, foi anunciado o VinylPlus 2030, o novo Compromisso de 10 anos, com o qual este setor industrial quer dar mais um salto rumo à sustentabilidade. O futuro dos plásticos reside em con- tinuar a transmitir à sociedade a sua natureza essencial, encorajando ao mesmo tempo o investimento em I&D&I para os tornar cada vez mais cir- culares. Ummundo sem plástico não é possível nem sustentável. A chave é a produção sustentável, o consumo responsável e a consciência, tanto a nível pessoal como institucional, de como devemos gerir corretamente os resíduos no fim da sua vida útil, para que possamos continuar a desfrutar de tudo o que os plásticos nos pro- porcionam sem afetar o ambiente. n A PlasticsEurope está a desenvolver, a nível europeu e em conjunto com toda a cadeia de valor, um esquema de certificação para OCS, que deverá estar disponível a partir de 2022 22

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