SUSTENTABILIDADE 53 refletido na prática, por um lado, talvez devido à falta de recursos internos das empresas, mais a mais numa época de pandemia que retira foco estratégico às PME num ambiente de sobrevivência diária, e, por outro, devido à falta de estímulos governamentais suficientes, no sentido de impulsionar a mudança ou eliminar as reticências da indústria em relação a aplicar investimento por iniciativa própria. É comum nesta indústria a gestão apostar emmedidas a curto-prazo, que evidenciem desempenho financeiro imediato, ignorando as decisões a longo-prazo, de resultados mais lentos, mas tambémpotencialmentemais eficazes e duradouros, sustentáveis. Dadas as políticas reativas neste meio industrial, compreende-se que porventura com incentivos estatais estratégicos seja possível fomentar o sentimento de necessidade de mudança, por forma a atingir metas sustentáveis. A mudança de paradigma é imperativa para garantir o bem-estar das gerações futuras. A solução para esta renovação assenta emconsciencializar os empresários deste setor industrial a tomar medidas estratégicas mais evidentes. O mundo mudou. As alterações climáticas começam a ser mais evidentes e sentidas. Se o plástico é ummaterial ‘poluidor’ para o grande público, as empresas, e a indústria como um todo, têm de tomar medidas de longo prazo para adaptar as suas práticas à nova realidade. Não é uma mera inovação incremental. Há uma mudança clara de paradigma que é necessário abraçar que obriga a repensar estratégias reativas e a abraçar estratégias proactivas. Por outro lado, se a gestão ambientalmente responsável das compras é importante, a gestão responsável da cadeia de abastecimento é crucial, dado que implica uma perspetiva relacional interempresarial comumentre os diversos stakehloders. Complementarmente, cabe tambémao Estado impor estasmudanças, de forma urgente, comuma perspetivamais proativa, incentivando a que as empresas crieme implementempolíticas de ecocentricidade, rastreabilidade, cultura ambiental e responsabilidade social, com o objetivo de criar um ambiente mais propício a práticas mais evidentes de sustentabilidade ambiental no setor dos plásticos. A criação destas políticas passa também pelo alinhamento com as comunidades académicas de investigação e formação de quadros imbuídos de uma cultura ambientalmente sustentável. É de realçar a importância dos gestores de topo na de adoção de práticas sustentáveis na área das compras, apoiando-as e incentivando-as ativamente. É importante que as empresas cultivem a consciência e responsabilidade ecológica dos seus colaboradores, aumentando os seus conhecimentos e competências técnicas na área da sustentabilidade, através de práticas formativas, aculturação e domínio da prática do conceito, processo que as Universidades poderão integrar e serem fundamentais na mudança de paradigma de uma sociedade que se pretende mais verde. n REFERÊNCIAS • Ahi, P., & Searcy, C. (2013). A comparative literature analysis of definitions for green and sustainable supply chain management. Journal of Cleaner Production, 52, 329–341. https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2013.02.018. • Cousins, P. D., Lawson, B., Petersen, K. J., & Fugate, B. (2019). Investigating green supply chain management practices and performance: The moderating roles of supply chain ecocentricity and traceability. International Journal of Operations and Production Management, 39(5), 767–786. https://doi.org/10.1108/IJOPM-11-2018-0676. • Deshmukh, Y. 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