BP18 - InterPLAST

ENTREVISTA 33 desde testes de stress, térmicos, elétricos, de emissões de compostos orgânicos voláteis até outros destinados a validar a segurança alimentar, como os testes de migração global e específica, a análise sensorial por painéis de peritos ou com a utilização de equipamento cromatográfico avançado e o estudo da presença de substâncias não intencionalmente adicionadas (NIAS), bem como aqueles para validar a funcionalidade, como a resistência à máquina de lavar louça, a compatibilidade química, a permeabilidade aos gases, etc. Quais são as tecnologias mais recentes? Estamos numa altura em que as tendências mudam rapidamente num contexto de matérias-primas e produtos cada vez mais instável e exigente a todos os níveis. Os investigadores que trabalham nos laboratórios, juntamente com as empresas fornecedoras de equipamentos de ensaio, trabalham continuamente para responder às necessidades relacionadas com o controlo de qualidade exigido pelo mercado, pelos clientes e pela sociedade. São cada vez mais frequentes e importantes as tecnologias de análise e ensaio que estudam a durabilidade dos materiais e dos produtos ao longo do tempo sob condições adversas ou, em geral, agentes externos. Além disso, na vanguarda das técnicas de caracterização, estão as técnicas combinadas ou acopladas que nos podem ajudar a extrair informações mais exatas e mais completas. No entanto, para além das tendências e tecnologias gerais de controlo da qualidade, que estão obviamente a ser desenvolvidas cada vez mais rapidamente, não podemos esquecer todas as análises que são realizadas aos materiais e produtos plásticos com o fim de garantir a segurança das pessoas, como, por exemplo, todos os testes que são realizados no contexto dos materiais plásticos em contacto com os alimentos, bem como a deteção e quantificação de microplásticos nos diferentes ambientes onde podem ser encontrados. Como se pode melhorar o processo ou o produto, aumentando a qualidade e a competitividade do produto final através do controlo da qualidade? Como expliquei antes, a caracterização é um processo de estudo dos diferentes tipos de propriedades, tanto dos materiais como dos produtos. Quando fabricamos um produto, além da rentabilidade económica pretendida, temos como objetivo a satisfação geral de uma necessidade específica e que o produto seja adequado para a utilização final prevista. Neste contexto, a caracterização e as propriedades experimentais obtidas neste processo ajudam-nos a simular as condições reais a que o material ou produto será submetido na realidade e permitem-nos prever o seu comportamento em serviço e efetuar um bom controlo de qualidade. Desta forma, poderemos modificar, alterar ou adaptar o material ou o produto aos requisitos mínimos que serão estabelecidos como adequados para a sua utilização. Sem este passo, não podemos garantir a segurança nem a funcionalidade do material ou do produto. Em resumo, podemos dizer que a caracterização é fundamental quando se trata de formular e transformar um produto garantindo a sua qualidade. Em termos gerais, como é que os testes de caracterização podem ajudar os transformadores de plásticos? Como já foi referido, quando se fala de matérias-primas, no caso dos plásticos, a caracterização reológica, nomeadamente o valor do índice de fluidez, ajuda os transformadores de materiais plásticos a interpretar se um determinado material é adequado para um ou outro processo de transformação. Por outro lado, ao processar o material em questão e obter a peça com a forma final, a comparação dos dados obtidos na caracterização com os critérios estabelecidos como mínimos pode revelar se houve alguma anomalia no processo ou se tudo está a funcionar como previsto. Em suma, a caracterização é uma ferramenta de controlo de qualidade tanto para materiais como para processos e, por esta razão, é uma etapa prévia e posterior essencial em qualquer processo de fabrico. Se, num processo de produção, o material plástico der problemas ao transformador, pode um centro tecnológico determinar as causas da falha ou dos problemas? De que forma? Os centros tecnológicos têm uma clara vantagem sobre outros tipos de entidades na medida em que, enquanto centros de investigação, podem combinar os seus recursos como laboratórios de ensaio com a sua experiência em I&D&I no âmbito dos materiais em que se especializam. Isto permite-lhes, de um ponto de vista analítico, mas tendo em conta a sua experiência no âmbito da inovação aplicada diretamente ao cliente e ao mercado, realizar estudos sobre as causas das falhas e detetar e fornecer soluções para os problemas que podem surgir quando se processa um material com o fim de fabricar um determinado produto. Na Aimplas, temos uma vasta experiência e trabalhamos todos os dias com o objetivo de, utilizando as ferramentas à nossa disposição e da forma mais vanguardista possível, ajudar as empresas a desenvolver com sucesso os seus materiais, tecnologias e produtos. E, no âmbito referido, a caracterização e o controlo de qualidade são ferramentas que contribuem para esclarecer muitos dos desafios que se colocam não só às empresas produtoras de matérias-primas e produtos finais, mas também à sociedade.

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