BP19 - InterPLAST

16 ANÁLISE DE MERCADO Relatório ‘Plastics - the fast Facts 2023’: a quota dos plásticos circulares está a aumentar A Plastics Europe divulgou recentemente dados atualizados sobre a produção de plásticos a nível mundial, numa infografia intitulada ‘Plastics - the fast Facts 2023’. O documento revela que, em 2022, 9,5% dos plásticos processados foram produzidos a partir de materiais reciclados e de matérias-primas de base biológica, um aumento 16 vezes mais rápido em relação aos plásticos de origem fóssil. Pela análise do documento, vemos que, em 2022, a produção mundial de plásticos atingiu os 400,3 milhões de toneladas (um ligeiro aumento face a 2021). No entanto, o mais notável é que, proporcionalmente, a produção de plásticos circulares teve um crescimento 16 vezes mais rápido do que a de plásticos de origem fóssil, atingindo quase 10% da produção global. Prevê-se que esse crescimento aumente a um ritmo ainda mais rápido nos próximos anos. Se restringirmos a análise ao mercado europeu, o panorama da circularidade é ainda mais positivo. A produção de plásticos de origem fóssil diminuiu, enquanto a de plásticos circulares aumentou 29,2 % em relação a 2018, atingindo uma quota de mercado de 19,7 % da produção total de plásticos na Europa em 2022. A aceleração desta tendência, necessária para concretizar o Pacto Verde e as ambições de circularidade da UE, exigirá um aumento muito significativo da recolha, triagem e reciclagem, bem como um maior acesso a matérias-primas circulares de alta qualidade e a energias renováveis. AUMENTA A PRESSÃO SOBRE OS FABRICANTES EUROPEUS Mais preocupante do ponto de vista europeu, é o facto de o relatório confirmar o crescente fosso de competitividade entre a Europa e o resto do mundo. A quota da Europa na produção mundial de plásticos diminuiu de 28% para 14% em 2022, com a América do Norte e a China a representarem 17% e 32%, respetivamente. Além disso, apesar da procura de produtos plásticos por parte dos consumidores europeus se manter estável, a transformação de plásticos na Europa diminuiu em termos absolutos. Os produtores europeus estão sujeitos a pressões concorrenciais significativas por várias razões, incluindo os elevados preços da energia, os quadros regulamentares cada vez mais rigorosos e o acesso às matérias-primas. Se a situação se mantiver, a Europa tornar-se-á cada vez mais dependente das importações, que não cumprem necessariamente as normas de sustentabilidade da UE, para satisfazer a procura de plásticos e atingir os objetivos legais. Este cenário prejudicará igualmente a capacidade de os produtores europeus de plásticos – e de muitos outros setores a jusante, dependentes dos plásticos - investirem na transição para a circularidade e para a neutralidade carbónica. Como consequência, todos estes setores ficarão mais expostos aos choques internacionais. Os dados do relatório ‘The fast Facts’ confirmam igualmente que a China é o líder mundial no que respeita à produção e reciclagem de plásticos de base biológica, seguindo-se a Europa em segundo lugar. Para salvaguardar e restaurar a competitividade europeia, os fabricantes de plásticos necessitam de um quadro político favorável que incentive os investimentos e crie condições de concorrência equitativas através, por exemplo, da adoção de um mecanismo equivalente à Lei de Redução da Inflação dos EUA na UE e da criação de um quadro regulamentar harmonizado e coerente no mercado único. LIBERTAR O POTENCIAL DA RECICLAGEM QUÍMICA A produção mundial de plásticos reciclados continuou a aumentar em 2022, atingindo os 35,5 milhões de toneladas, ou seja, uma quota de

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