BP8 - InterPlast
ENTREVISTA 20 Que pilares norteiama política da empresa emmaté- ria de qualidade e segurança alimentares? A Logoplaste trabalha sempre com donos de marcas com grande dimensão e reputação. Por isso, não há o mínimo compromisso quanto à qualidade. Cumprimos escrupulosamente a legislação e fazemos todos os testes necessários, e muitas vezes mais do que os exigidos, para garantir a máxima qualidade das nossas embalagens. Isto aplica-se também ao uso de matéria-prima reciclada. O uso de rPET na produção de garrafas obriga a adap- tações no processo de fabrico? São necessárias ligeiras adaptações. A matéria-prima reci- clada, proveniente de várias fontes, não tem a mesma homogeneidade da matéria-prima virgem e isso exige um processo de fabrico com tolerâncias mais alargadas. Isto requer muito mais conhecimento técnico do que mudar completamente o processo. Por vezes, precisamos de fazer alguns investimentos, como, por exemplo, em cilos segregados para as matérias-primas recicladas, que só posteriormente se juntam à matéria-prima virgem nas quantidades aprovadas para cada embalagem. Existem, no mercado, soluções tecnológicas para dar resposta a este desafio? Sim, soluções tecnológicas existem e os países desen- volvidos têm capacidade instalada mais que suficiente. Esse não é o problema. O que falta é que o consumidor leve a embalagem para o sítio correto e que exista uma cadeia de recolha eficaz. Como é que a indústria alimentar se está a adaptar aos novos processos, inclusive de exigência europeia, no que respeita à sustentabilidade dos materiais de embalagens? Ainda há um longo percurso a trilhar ou as empresas estão centradas nessa mudança e neste novo paradigma verde? Eu acho que houve uma mudança dra- mática nos últimos três anos e, felizmente, não só entre os emba- ladores, mas em toda a cadeia de valor do plástico. Quando o con- sumidor mudou a sua perceção ambiental, obrigou toda a cadeia de valor a mudar tam- bém. De facto, muitos dos projetos de inova- ção em que estamos envolvidos contam que todos os elos da cadeia. Projetos que começam no dono da marca, influen- ciado pelo consumidor, em que o retalhista envolvido quer uma embalagem mais ecológica, que, simulta- neamente, seja a melhor para o produto, eficiente no transporte, exija menos embalagem secundária, e em que nós, transformadores, envolvemos os nossos for- necedores de resina para conseguir obter embalagens verdadeiramente circulares e sustentáveis. Gostaria de destacar algum desses projetos de I&D? Neste aspeto, trabalhamos dois eixos: projetos elabora- dos em conjunto ou para os nossos clientes e projetos de investigação pura, muitas vezes com o apoio da União Europeia ou em consórcio com outras entidades. No primeiro eixo, ganhámos há pouco um prémio de sustentabilidade da multinacional americana SC Johnson porque os ajudámos a incorporar plástico proveniente do ‘Plastic Bank’, organização que criou redes de coleta de plástico em países em que não há tratamento de resí- duos e em que as pessoas recebem uma contrapartida monetária pelo plástico que entregam. Esse material, recolhido muitas vezes nas praias ou no mar, chega às linhas de reciclagem bastante degradado e nós fomos capazes de desenvolver um processo que o integra nas embalagens da SC Johnson, fabricadas nos EUA. A Logoplaste faz parte do conselho consultivo do projeto DEMETO (Modular, Scalable and High- Performance Depolymerization by Microwave Technology) juntamente com empresas como a Coca-Cola, Henkel, Alpla ou Unilever.
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