BP8 - InterPlast

7 PolyREC vai monitorizar a reciclagem de plásticos na Europa As associações VinylPlus, Petcore, PlasticsEurope e Plastics Recyclers Europe uniram esforços para formar a PolyREC – organização que vai monitorizar, verificar e comunicar os dados de reciclagem e uso de plásticos reciclados na Europa. Para tal, foi desenvolvido o sistema comum de recolha de dados RecoTrace. O objetivo é assegurar a rastreabilidade, transparência e confiança nos materiais reciclados ao longo de toda a cadeia de valor dos plásticos. A PolyREC surge numa altura em que a moni- torização da circularidade dos polímeros é primordial, especialmente no contexto da Circular Plastics Alliance (CPA). Este sistema será capaz de cumprir os objetivos da CPA, as exigências legislativas, e as promessas de reciclagem de plásticos em toda a indústria. O Presidente da PRE, Ton Emans, refere que "a criação de meca- nismos que evidenciem progressos na condução da circularidade do plástico de forma transpa- rente é uma necessidade, se quisermos cumprir os objetivos da UE". Emans acrescenta que "esta iniciativa é umpasso significativo no sentido de uma abordagem cre- dível e sistémica para melhorar verdadeiramente a produção, recolha e reciclagem do plástico. Esta abordagemmútua da recolha de dados é indispensável para medir o avanço da indústria, utilizando a mesma bitola". Todas as organizações interessadas são convi- dadas a juntarem-se a esta iniciativa. EDITORIAL De acordo com a diretiva europeia 2019/904, em 2025, to- das as embalagens de plástico para bebidas até três litros produzidas na Europa terão de conter, pelo menos, 25% de material reciclado. Este facto, conjugado com a crescente reivindicação am- biental por parte do consumidor, vai obrigar toda a cadeia de calor do PET, o material mais usado neste tipo de em- balagem, a encontrar soluções para conseguir recolher e reciclar as quantidades necessárias. Mas, afinal, o que falta para que tal aconteça? O PET é o único material plástico com processos de reci- clagem pós-consumo autorizados para a embalagem de uma grande variedade de alimentos. O Regulamento (CE) 282/2008 sobre materiais e artigos de plástico reciclado destinados a contacto alimentar define os requisitos do processo. A tecnologia que garante a pureza do reciclado já existe. Fabricantes de equipamentos de reciclagem, como a ale- mã Starlinger, a americana Amcor ou a austríaca Erema, já utilizam tecnologias de super-limpeza, que removem con- taminantes do material pós-consumo. O consumidor está motivado. Prova disso é o sucesso do projeto-piloto 'Quando do Velho se Faz Novo, todos ga- nham. Ganha o Planeta!', de recolha de garrafas de plástico em máquinas automáticas, que, em fevereiro, totalizava 12 milhões de embalagens depositadas. Os embaladores, em resposta ao apelo dos consumido- res, procuram antecipar-se às metas europeias e lançam no mercado embalagens 100% rPET. Os transformadores queixam-se da falta deste material. Os recicladores, tec- nologicamente bem equipados para fazer face à procura, queixam-se da escassez e da falta de qualidade dos resí- duos que recebem. Em entrevista à InterPLAST, Luís Almeida, responsável pelo marketing da Logoplaste, explica-nos que aumentar a qua- lidade e a quantidade de rPET disponível no mercado pas- sa pela implementação generalizada do sistema DRS (de- posit refund/return system), o mesmo que ainda está em fase piloto no nosso país. Falta que todos os agentes abran- gidos, nomeadamente a distribuição, se envolvam no pro- cesso, em prol do um objetivo comum: fechar o ciclo do PET. Leia a entrevista completa na página 16 desta edição. O tema ‘Embalagem’ está, de resto, em grande destaque neste número, com diversos artigos sobre novidades nes- ta área. Mas há mais. Numa época desafiante para as ca- deias de abastecimento mundiais, muitas empresas já in- tegram a tecnologia de impressão 3D no seu modelo de negócio, como forma de flexibilizar a produção. Conheça alguns exemplos de sucesso na página 48. Entre outros as- suntos, fique ainda a saber como pode otimizar o processo de injeção com recurso a simulações realistas (página 56) e conheça os mais recentes desenvolvimentos na área dos materiais compósitos ecológicos (página 61). Boa leitura! O que falta para fechar o ciclo do PET?

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