BP9 - InterPLAST
ENTREVISTA 13 Na sua opinião, que fatores contribuíram para a lon- gevidade da Folhadela Rebelo? A nossa longevidade é, em grande parte, resultado da confiança depositada pelos nossos clientes. Gostaria de mencionar alguns, que nos apoiaram no início da nossa atividade e com quem continuamos a trabalhar, mas prefiro não o fazer. De qualquer forma, eles sabem quem são e quero que saibam que agradecemos muito o apoio que nos têm dado. Por outro lado, sempre tivemos a política de investir na empresa. Isso passa por uma boa gestão de recursos, mas também por respeitarmos os prazos de pagamento dos nossos fornecedores e por premiarmos o trabalho dos nossos funcionários. Nesta época de pandemia, refor- çamos esta postura. Acreditamos que é nas alturas de crise que mais devemos apoiar quem trabalha connosco. O que vos distingue da concorrência? Creio que pesa o facto de sermos uma empresa familiar, com uma grande aposta na qualidade e na fiabilidade, a que acresce um serviço pós-venda que queremos que seja de excelência. Aliás, este é um aspeto muito importante para os nossos clientes e, por isso, aumentámos recente- mente a nossa equipa de assistência técnica. Mas, só dos equipamentos vendidos por nós. Não damos assistência a outras marcas nem a equipamentos das nossas repre- sentadas comprados em segunda mão noutros países. Muitas vezes, estes equipamentos foram alterados ou estão obsoletos, o que torna a sua reparação quase impossível. Há um outro fator importante que nos distingue: quando vendemos uma máquina, oferecemos ao cliente todo o conhecimento técnico que ele precisa de ter, de forma a que se sinta realmente dono do equipamento. Acho que esta é a imagem de marca da Folhadela Rebelo. Ao longo destes anos, como evoluiu a vossa carteira de representações? Felizmente, temos conseguido manter todas as repre- sentadas, mesmo com a junção de marcas a que temos assistido, resultado da globalização. Creio que este facto reflete a confiança que as empresas têm no serviço que prestamos. Por outro lado, o rigor que oferecemos é o mesmo que exigimos: só trabalhamos em regime de exclusividade e com produtos de qualidade. A representada mais antiga é, sem dúvida, a Reifenhauser, nos equipamentos de extrusão. A esta seguiu-se a KraussMaffei, nas máquinas de injeção, a Rep, nos equi- pamentos de transformação de borracha, a Lemo, para a produção de embalagens flexíveis, a Weber, na extrusão de tubos e perfis e, finalmente a Illig, nos equipamentos para termoformagem. Em 2014, estabelecemos um acordo com a empresa espa- nhola Coscollola para distribuir cá os periféricos da Frigel e da Regloplas, também em regime exclusividade para o mercado português e com assistência técnica incluída. De facto, amaioria das vossas representadas é alemã. É uma coincidência? Sim. Na altura em que apareceram as primeiras máquinas para plásticos, as principais empresas fabricantes eram inglesas ou alemãs. A Reifenhauser foi das primeiras a fabricar máquinas para a indústria de plásticos e compo- nentes como os sem-fins, ou os parafusos das máquinas, e a estar na origem do nascimento de outras marcas. Acho que foi por isso que o meu pai procurou esta represen- tada. E, depois, uma marca chamou a outra. Por outro lado, os alemães têm uma forma de trabalhar baseada no profissionalismo e na confiança, que se coa- duna com a nossa. Como é que a pandemia afetou a vossa atividade? A pandemia afetou-nos, como afetou a maioria das empre- sas. Na fase inicial, estivemos cerca de dois meses parados. Dois meses em que não vendemos nem novos equipa- Paulo Moura, Manuel Folhadela e Rui Folhadela fazem parte da segunda geração da empresa familiar e partilham atualmente as responsabilidades de gestão.
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