BF10 - iAlimentar

ENTREVISTA 20 No mercado há cerca de 150 empresas, principalmente nos EUA, Singapura, Reino-Unido, Holanda, Israel, China e Austrália. Entretanto, entramos numa fase de alguma estabilização e consolidação, pois já existe uma base consistente e sólida para o setor avançar de forma sustentada nos próximos anos. Quais as espécies mais produzidas e que tendências destaca? A aposta tem sido em espécies de volume (frango, porco, vaca) e em espécies/produtos de quantidade limitada e de preço elevado (wagyu, salmão, atum rabilho, foi-gras, caviar, etc.). A Cell4Food é a única empresa do mundo a desenvolver carne de polvo (entre outras espécies marinhas). O polvo (vulgaris) tem registado quedas de produção com preços crescentes, sendo um animal extremamente inteligente e quase impossível de produzir intensamente em cativeiro (aquacultura). Para além de que Portugal é o maior consumidor per-capita de polvo do mundo e a Europa do Sul o maior importador. O que se está a fazer no campo da agricultura celular na indústria alimentar nacional? Como referi, em Portugal existe apenas uma empresa de agricultura celular dedicada à alimentação, a Cell4Food, criada em 2022 por um grupo polivalente de cientistas e empreendedores com larga experiência em várias áreas. Há mais duas empresas com atividade em Portugal, uma na área da pele exótica de répteis (para a indústria da moda) e uma empresa de capital alemão dedicada à fermentação de precisão. Já em 2023, foi criada a CELLAGRI Portugal - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Agricultura Celular (www.cellagri.pt) e esperamos que muitas outras empresas venham a ser criadas neste dinâmico setor. José Espírito Santo (à direita) com a equipa da Cell4Food. “O capital tem sido quase exclusivamente privado, devido à escassez de projetos de investigação com financiamento público”

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