BP19 - InterPLAST

ENTREVISTA 19 relação mais antiga, as restantes (a Koch, com os desumidificadores e sistemas de alimentação; a Priamus, com os sensores e sistemas de gestão de qualidade; a MTF, com os tapetes transportadores; a Wanner, com os moinhos; e a Rothfuss, com os apertos de molde) surgiram todas numa fase posterior à Engel. Considerando os altos e baixos que referiu, em que fase está atualmente a Equipack? De facto, tivemos períodos menos positivos e outros muito bons, como o de 2016-2019, mas neste momento eu diria que estamos numa fase ‘normal’. Temos encomendas que nos permitem olhar para o futuro próximo com alguma tranquilidade e a expectativa é que consigamos manter a nossa quota de mercado que, aliás, nunca sofreu grandes alterações ao longo dos anos. Qual é a vossa quota de mercado? Não é fácil termos uma resposta concreta a isso, mas, de acordo com o INE e analisando os últimos anos, em termos de valor total de venda de máquinas, se considerarmos apenas as máquinas europeias e japonesas, a nossa quota ronda os 40-50%. 30-35% se considerarmos também as asiáticas, cujas vendas, nos últimos anos, têm vindo a crescer. Dos investimentos realizados nos últimos anos, quais gostaria de destacar? Um dos mais importantes foi, sem dúvida, o investimento no equipamento para o everQ, o processo de calibração e certificação das máquinas da Engel, em que ajustamos os parâmetros da máquina (como a velocidade, pressão e temperatura), de forma a garantir uma performance consistente e reproduzível. Para tal, usamos um equipamento externo, calibrado e certificado e, no final, emitimos um certificado de calibração. Nos dias que correm, em que os clientes dos nossos clientes são cada vez mais exigentes, este serviço é uma mais valia importante. Entretanto, fizemos também um investimento significativo em obras de qualificação nas nossas instalações, com o objetivo de aumentar a nossa capacidade de resposta, principalmente no campo da formação. Até aqui, temos realizado as formações em casa do cliente (de operação de máquinas e robôs, e de manutenção). A partir de agora, passamos a poder fazê-lo também na Equipack. Temos uma sala, uma máquina e um robô exclusivamente dedicados a este tipo de ação. Que razões vos levaram a realizar esse investimento? Atualmente, uma das grandes dificuldades das empresas é conseguir mão de obra qualificada. Trata-se, aliás, de um problema transversal a todos os setores e a toda a Europa. Neste contexto, parece-me essencial podermos fornecer o serviço de formação ao cliente, principalmente se esta for dada fora do ambiente habitual do operador. Este é um tema a que a Engel está muito atenta. As ações de formação são uma constante diária nas suas instalações, frequentadas por formandos de todo o mundo, e quem pretender pode ir ao site da empresa e inscrever-se na formação em inglês ou alemão. A nossa será ministrada, naturalmente, em português. Para quando está prevista a primeira ação? Talvez ainda façamos alguma este ano, mas queremos arrancar em pleno em janeiro de 2024. Na vossa atividade - de venda de máquinas e periféricos a empresas que trabalham 24/7 -, uma assistência técnica rápida e eficaz é muitas vezes determinante. Esta é também uma aposta da Equipack? O pós-venda sempre foi uma das nossas principais preocupações e uma aposta forte tanto da Engel como da Equipack. Hoje, temos uma equipa de oito pessoas exclusivamente dedicada à assistência técnica, que inclui o arranque das máquinas, a assistência corretiva e preventiva. Nos últimos anos, a Engel desenvolveu um programa de assistência preventiva igual em todo o mundo, o serviço Care, que é cada vez mais exigido pelas OEMs, como forma de garantia de manutenção da máquina. Em Portugal, este tipo de manutenção ainda é pouco valorizado. Num automóvel, os sinais luminosos que nos indicam que é necessário ir à oficina são respeitados. Nas máquinas, que são as que produzem riqueza, isso não acontece. Nós temos vindo a tentar sensibilizar os nossos clientes para a importância deste programa e a verdade é que, atualmente, já utilizamos o Care em cerca de 15% dos equipamentos instalados. Pela sua análise, quais são, neste momento, as principais preocupações e necessidades dos transformadores de plásticos nacionais? Creio que têm, praticamente, as mesmas preocupações que as empresas dos outros setores. Refiro-me à atual instabilidade geopolítica, que causa uma grande incerteza nos negócios, à inflação, que baixa obrigatoriamente o consumo, e ao elevado preço do crédito. A evolução da indústria automóvel tem potencial para transformar o setor dos plásticos, mas está a ser mais lenta do que se esperava

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