BP19 - InterPLAST

34 IMPRESSÃO 3D Fabrico aditivo a caminho da sustentabilidade Será o fabrico aditivo sustentável? Aparentemente, do ponto de vista dos materiais e da logística e transportes, sim. No entanto há outros fatores relacionados com a produção em que essa sustentabilidade ainda não foi atingida. Mas o nicho vai no bom caminho, com muita investigação em curso. Mafalda Simões Monteiro O setor dos plásticos está a apostar na economia circular, na sustentabilidade e na eficiência energética. A InterPlast falou com investigadores e empresários que operam no emergente mercado do fabrico aditivo, também conhecido por impressão 3D, para perceber se também este método de fabrico é sustentável. A impressão 3D é um nicho de mercado em crescimento. “Os pedidos de patentes em impressão 3D cresceram a um ritmo oito vezes superior à média de todas as tecnologias na última década”, revelou o Instituto Europeu de Patentes (IEP), em setembro. É também um setor que já movimenta muito dinheiro. “As projeções sugerem que o mercado de impressão 3D global pode ultrapassar a marca dos 50 mil milhões de dólares em 2028 (de cerca de 20 mil milhões em 2022)”. Segundo dados citados pelo IEP, tendo em conta que a produção industrial global ascende a 15 triliões de dólares, mesmo que a impressão 3D fosse responsável por apenas 1% deste mercado, teria o potencial de 150 mil milhões de dólares, ou seja três vezes mais do que as projeções referidas. Em suma “a impressão 3D tem muito potencial”. Mas, para que se torne totalmente sustentável, o nicho tem de se solidificar, evoluir e inovar. No computo geral, “a impressão 3D está alinhada com os vários Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, afirma Yann Ménière, economista-chefe do Instituto Europeu de Patentes (IEP). Para já, a maioria das patentes de impressão 3D estão relacionadas com saúde ou medicina. Na indústria dos plásticos o caminho a percorrer ainda está no início, embora já se consigam identificar casos de utilização sustentável da tecnologia e muita investigação em curso. OTIMIZAR MATERIAL E REDUZIR RESÍDUOS A maioria das empresas e investigadores contactados diz que a impressão 3D permite otimizar o material/matérias- -primas utilizado e reduzir os resíduos produzidos. Neste ponto, o fabrico aditivo é mais sustentável do que outros métodos. No fabrico aditivo, a produção dos objetos é feita por camadas até à conclusão do objeto, sem o desperdício de matérias-primas inerente ao fabrico subtrativo. No fabrico subtrativo “acresce ainda o material utilizado na criação dos moldes, que requer matérias-primas preciosas e energia”, detalha Emmi Randell, responsável de desenvolvimento de negócio na Sulapac, empresa que vende materiais bio para impressão 3D. No fabrico aditivo, as matérias-primas desperdiçadas podem ser, geralmente, reaproveitadas de imediato para a produção de outras peças. Alguns sistemas já permitem, inclusive, a reciclagem de filamentos, resíduos e até de materiais em fim do ciclo de vida, para uso posterior. Os componentes podem também ser impressos facilmente num único material, mais leve, o que, no caso dos automóveis e outros veículos, significa menor consumo de energia e redução de emissões de gases com efeito de estufa. POUPANÇAS NA LOGÍSTICA E TRANSPORTES Do ponto de vista da logística e do transporte, o fabrico aditivo tende a ser mais sustentável do que outros

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