BP19 - InterPLAST

36 IMPRESSÃO 3D Industrial (INEGI). A que acrescem ainda fatores como “ecodesign, ciclo de vida, logística reversa, desmantelamento, etc.”, diz Júlio Martins, CEO da Everythink, start-up nascida no seio da UPTEC. “O consumo de energia, a avaliação do ciclo de vida, a manutenção e a durabilidade das peças de plástico também são aspetos a considerar na avaliação da sustentabilidade”, reforça Ana Pires, coordenadora da área de Investigação e Desenvolvimento no Centimfe. Entretanto, é preciso ainda repensar “os requisitos de pós-processamento que poderão envolver tratamentos químicos”, diz Ana Pires. A responsável refere que o “desenvolvimento de materiais avançados para o fabrico aditivo são oportunidades a desvendar, com aplicações ainda por explorar”. “O fabrico aditivo não vai substituir os processos tradicionais de processamento de peças plásticas, mas pode ajudar e ser complementar. Tem o seu lugar com toda a certeza”, diz Luís Miguel Oliveira, do INEGI. Quando se pensa em produções de maior escala, o fabrico aditivo deixa de ser tão interessante “do ponto de vista económico e da produtividade”, refere João Oliveira, da Nova FCT. Emmi Randell, da Sulapac, acrescenta que “a longo prazo, a impressão 3D de fibras naturais contínuas, como o linho ou o cânhamo, pode revolucionar o fabrico dos compósitos de alto desempenho e torná-los sustentáveis e ecológicos”. Para já, assinala Júlio Martins, da Everythink, “é importante considerar qual é o tipo de aplicação e avaliar cuidadosamente o propósito dos produtos para perceber qual é a melhor opção e qual se revela mais sustentável”. No futuro “acredito que o potencial do fabrico aditivo possa estar até na geração de novos modelos de negócio”. “O segredo está em utilizar, reutilizar, rereutilizar sempre sem adicionar materiais novos. Sabemos que é possível, pois é uma das linhas de investigação que seguimos”, diz Ana Paula Piedade, da Universidade de Coimbra. Jose Ingles, COO da Filkemp, empresa que se dedica ao desenvolvimento de filamentos para aplicações industriais, acredita que, “quando a indústria estiver mais madura, com materiais bem estabelecidos e qualificados para cada tipo de aplicação, então será a altura de começar a tentar substituir parcial ou totalmente plásticos virgens por materiais reciclados”. A impressão 3D permite otimizar o material utilizado e reduzir os resíduos produzidos. Neste ponto, é mais sustentável do que outros métodos

RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx